
Relator considerou que denúncias se baseavam apenas em reportagens jornalísticas
A Primeira Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) arquivou, por unanimidade, a denúncia que apontava a presença de funcionárias fantasmas no gabinete do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A decisão foi tomada na terça-feira (11) e publicada nesta quinta (13).
O relator, ministro Jhonatan de Jesus, afirmou que a denúncia se baseava apenas em reportagens jornalísticas e não apresentava provas suficientes. Segundo ele, sem indícios concretos, o TCU não poderia dar andamento ao processo.
A área técnica da Corte e o Ministério Público junto ao TCU recomendavam ouvir o gabinete de Motta antes de arquivar o caso, mas o colegiado optou pelo encerramento imediato da representação.
A denúncia surgiu após reportagens da Folha de S.Paulo revelarem que três servidoras nomeadas Motta exerciam atividades incompatíveis com o trabalho parlamentar.
Gabriela Pagadis, fisioterapeuta, atendia em clínicas em Brasília enquanto recebia R$ 11,8 mil da Câmara.
Louise Lacerda, estudante de medicina em tempo integral, recebia R$ 4,6 mil em salário e auxílios.
Monique Magno acumulava funções no gabinete e na Prefeitura de João Pessoa, com remuneração de R$ 3,6 mil.
O caso também envolve vínculos familiares dessas servidoras com o gabinete e a atual chefe de gabinete, Ivanadja Velloso, investigada por suspeita de “rachadinha” em outro processo.
Até o momento, Motta não se pronunciou publicamente. Ele demitiu duas servidoras em julho e a terceira em outubro.
Apesar do arquivamento no TCU, o Ministério Público Federal (MPF) mantém investigação sobre possível dano ao erário e enriquecimento ilícito.
