Confrontos entre Los Lobos e Sao-Box expõem o colapso do sistema prisional e a incapacidade do governo de conter a violência
Pelo menos 31 detentos foram mortos neste domingo (10) em dois confrontos entre gangues rivais dentro de uma prisão no sul do Equador, segundo o Ministério do Interior.
A maioria das vítimas, 27 delas, morreu por asfixia, em um ataque de retaliação executado pela facção Los Lobos contra integrantes do grupo Sao-Box.
De acordo com o ministro do Interior, John Reimberg, o primeiro embate ocorreu no Centro de Detenção de Machala, quando o grupo dissidente Sao-Box atacou os Los Lobos, matando quatro presos e deixando 36 feridos.
“Em represália, Lobos asfixiou membros da outra organização para evitar deixar marcas de violência em seus corpos”, afirmou Reimberg à Rádio Centro Equador.
“Em represália, Lobos asfixiou membros da outra organização para evitar deixar marcas de violência em seus corpos”, afirmou Reimberg à Rádio Centro Equador. Foto: Luiz Suarez
Dois agentes penitenciários também ficaram levemente feridos durante a tentativa de retomada do controle do presídio.
Horas depois, os Los Lobos responderam com uma ação coordenada de vingança, asfixiando os rivais em celas compartilhadas. “Em represália, Lobos asfixiou membros da outra organização para evitar deixar marcas de violência em seus corpos”, afirmou Reimberg à Rádio Centro Equador.
Os massacres ocorrem apesar da presença militar e policial em diversas unidades prisionais. O governo equatoriano declarou, em janeiro de 2024, estado de conflito armado interno após uma série de motins e atentados ligados ao narcotráfico e às facções que controlam parte do território nacional.
Mesmo com a intervenção das Forças Armadas, o Estado segue incapaz de impor controle efetivo sobre as prisões.
Em setembro, os Estados Unidos anunciaram que classificariam Los Lobos e outra facção local como organizações terroristas estrangeiras, o que permite sanções e cooperação de inteligência para ações conjuntas de combate.
Segundo o secretário de Estado americano, Marco Rubio, a medida tem como objetivo “viabilizar operações letais contra o crime transnacional que ameaça a estabilidade da região”.
