
Falta de detalhes do governo Lula e mudança na governança global travam adesão à ideia apresentada na COP30
A proposta do presidente Lula de criar um Conselho do Clima, vinculado à Assembleia Geral da ONU, enfrenta resistência entre países na COP30, em Belém. Delegações consideram a ideia vaga e de difícil execução, e a ausência de um documento formal do governo brasileiro impede uma avaliação mais precisa, segundo apuração da CNN.
Segundo diplomatas, a iniciativa exigiria alterações profundas na atual governança climática, hoje conduzida pela Convenção do Clima e seu secretariado, com sede em Bonn, na Alemanha. O novo modelo teria de incorporar a estrutura da ONU em Nova Iorque, mudando o formato de decisões — que, na Convenção, são tomadas por consenso, enquanto na Assembleia são decididas por maioria.
O Acordo de Paris também estabelece que cada país define suas próprias metas de redução de emissões, o que gera receio entre delegações de que um órgão vinculado à ONU possa limitar essa autonomia.
Diplomatas brasileiros próximos à proposta afirmam que o objetivo não seria competir com a Convenção do Clima, mas criar um fórum permanente de debate, já que as COPs ocorrem por apenas duas semanas ao ano.
Apesar do discurso, fontes do governo admitem que o plano não deve avançar durante a COP30. O tema, porém, deve continuar sendo debatido após o fim da conferência.
