
Segundo Dantas, Moraes usou prisão de Bolsonaro para impedir mobilização política e midiática
Para o jornalista Claudio Dantas, o Brasil “normalizou” a prisão ilegal de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o apresentador do programa ALive, o ex-presidente está “preso na sua casa, preso, censurado, calado, não pode usar redes sociais, não pode dar entrevista, não pode sair de casa, e isso tudo feito na medida da força”.
“Não tem nada a ver com a condenação dele [no caso da suposta “trama golpista”]”, destacou Dantas no programa desta terça-feira (11), lembrando que as medidas foram impostas no âmbito do inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, do qual o ex-presidente não faz parte diretamente, mas mesmo assim permanece sob medidas cautelares.
“Investigação em relação à qual já tivemos a denúncia, denúncia apresentada pela PGR, tivemos a abertura da ação penal, e o Bolsonaro não foi denunciado, ele não faz parte mais desta ação penal, então, mesmo assim, ele continua sob as medidas cautelares que foram impostas a ele”, afirmou o jornalista.
Segundo Dantas, a prisão do ex-presidente faz parte de uma estratégia “muito bem sucedida” de Alexandre de Moraes e tem efeitos políticos e midiáticos, além do jurídico: “me parece que a estratégia da prisão antecipada sempre foi a de impedir qualquer mobilização do Bolsonaro em torno do seu julgamento, justamente o que aconteceu”.
“E agora a permanência dele na prisão, me parece ter o mesmo efeito, só que em relação à prisão a partir da condenação que aconteceu agora no STF, ou seja, como ele já está preso, ele vai provavelmente ser transferido para o batalhão da PM, ou para a prisão da PM lá na Papuda, a chamada Papudinha, e não acontecerá nada, porque a gente já não vê mais reação popular, não temos reação na mídia, há uma normalização total, me parece que o Moraes acertou na estratégia”, prosseguiu Dantas, que completou:
“ATÉ A DIREITA, EU TENHO VISTO AÍ O PESSOAL QUE VAI VISITAR O BOLSONARO, JÁ SAI DE LÁ FALANDO DE ELEIÇÃO SEM NEM LEMBRAR QUE A PRISÃO DELE É ILEGAL”.
