
Segundo investigações, advogados atuavam em presídios articulando para líderes presos da facção
Quatro advogados ligados ao Comando Vermelho (CV) foram presos nesta manhã (06) em Manaus (AM) pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/AM). Segundo a FICCO, eles “teriam atuado no sistema prisional do Amazonas facilitando a articulação entre lideranças presas e o restante da facção”.
A Operação Roque cumpriu também cinco mandados de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos advogados.
A ação de hoje é desdobramento da Operação Xeque-Mate, que mira Alan Sérgio Martins Batista, o “Alan do Índio”, apontado como chefe do CV no estado. O narcoterrorista continua foragido e, segundo a Polícia Federal (PF), usa identidades falsas e chegou a realizar cirurgias plásticas para escapar da prisão.
Segundo a investigação, os advogados desempenhavam funções estratégicas dentro da facção: repassar ordens de chefes presos a integrantes do tráfico; lavar dinheiro obtido com o comércio de drogas; auxiliar na logística de envio de entorpecentes da Colômbia; coordenar represálias e negociações entre criminosos de diferentes estados; e servir de elo entre chefes presos e pontos de venda no Amazonas.
A PF aponta que essas ações permitiam ao CV manter o controle das operações mesmo com líderes presos ou foragidos.
Os agentes descobriram que os advogados usavam o acesso ao sistema prisional para simular atividades de advocacia e manter contato com detentos, garantindo que as instruções dos chefes fossem cumpridas nas ruas.
