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Intoxicação por metanol: especialista explica riscos em diferentes bebidas alcoólicas
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 02/10/2025 13:19
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O consumo de bebidas contaminadas com metanol foi associado a pelo menos cinco mortes em São Paulo, segundo investigações do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As bebidas adulteradas identificadas até agora foram gin, uísque e vodca, vendidos em bares e adegas. A situação levanta dúvidas sobre os riscos em outros tipos de álcool, como cerveja e vinho.

 

 

Onde o metanol pode aparecer

 

Em entrevista ao jornal O Globo, Thiago Correra, professor do Instituto de Química da USP, explicou que o metanol pode surgir de duas formas: naturalmente, no processo de fermentação de frutas, ou por falhas na destilação, quando a primeira fração do processo, chamada de “cabeça” — rica em metanol — não é descartada corretamente.

 

O risco maior, no entanto, está na adulteração intencional, quando criminosos adicionam metanol industrial para elevar o teor alcoólico de forma artificial. Essa prática é ilegal e altamente tóxica.

 

 

Segundo Correra, os destilados, como cachaça, aguardente e uísque, apresentam maior risco de conter níveis perigosos de metanol, especialmente quando fabricados de forma clandestina.

 

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Fermentados oferecem menos risco

 

Nas bebidas fermentadas, como o vinho, pequenas quantidades de metanol podem aparecer devido à fermentação das cascas de frutas ricas em pectina, mas esses níveis são considerados baixos e regulados por normas de segurança.

 

 

Já a cerveja praticamente não apresenta risco, pois o processo de produção não gera metanol em quantidades relevantes. Além disso, segundo o especialista ouvido pelo O Globo, não há vantagem econômica em adulterar cerveja com metanol.

 

Mesmo assim, Correra alerta que, se a substância for adicionada propositalmente a um copo já servido, qualquer bebida pode ser contaminada.

 

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Diferença entre etanol e metanol

 

 

O metanol e o etanol são visualmente semelhantes: ambos são incolores e possuem cheiro parecido, o que dificulta a identificação a olho nu. A distinção está nos efeitos no organismo.

 

Enquanto o etanol é metabolizado em substâncias eliminadas pelo corpo, o metanol se transforma em formaldeído e ácido fórmico, compostos tóxicos que podem causar graves danos à saúde.

 

Como evitar bebidas contaminadas

 

A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) recomenda medidas para reduzir riscos:

 

Verificar se a vedação da embalagem está intacta.

Conferir se o volume do líquido segue um padrão.

Observar se há rótulo em português com número de registro no MAPA.

Desconfiar de preços muito abaixo do mercado.

Comprar apenas em locais de confiança.

Sintomas de intoxicação por metanol

 

Entre os sinais de contaminação estão:

 

dor de cabeça,

náuseas e vômitos,

dor abdominal,

confusão mental,

visão turva repentina ou até cegueira.

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