
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursam nesta terça-feira (23) na abertura do debate geral da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Pela tradição do organismo, o Brasil fala primeiro; o país-sede vem na sequência — no caso, os EUA. A sessão inaugural está prevista para esta terça e segue até 29 de setembro.
No discurso, Lula deve enfatizar a defesa do multilateralismo, a reforma da governança global — com apoio a mudanças no Conselho de Segurança — e a agenda climática. O Planalto também tem usado o púlpito da ONU para projetar a COP30, que ocorrerá em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro.
Trump, por sua vez, tende a sustentar a linha “America First”, com reservas ao multilateralismo e críticas à estrutura e aos custos da ONU. Nas prévias da semana, a cobertura internacional destacou que a Casa Branca quer reduzir a participação financeira no sistema e reposicionar a política externa em bases mais unilaterais.
O embate retórico ocorre no ano em que a ONU marca 80 anos e tenta reafirmar relevância diante de guerras prolongadas, tensões no Conselho de Segurança e restrições orçamentárias. A própria organização sinalizou a necessidade de “fazer mais juntos” no lema do debate geral desta sessão.
Além de divergirem sobre clima e governança, Lula e Trump devem endereçar conflitos como Gaza e Ucrânia por prismas distintos — com apelos pela paz, porém com ênfases diferentes sobre responsabilidades e caminhos diplomáticos, segundo o clima delineado na cobertura internacional na véspera da abertura.
