
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), deixou claro nesta quinta-feira (4) que o partido não aceitará um texto alternativo para a anistia do 8 de Janeiro que exclua o ex-presidente Jair Bolsonaro. A fala foi uma resposta direta à movimentação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que articula uma versão sem Bolsonaro para reduzir resistências no Supremo e contornar possíveis questionamentos constitucionais.
“O presidente do Senado, a atribuição dele é pautar, não é discutir texto […] Quando votarmos na Câmara, o texto irá para lá. É papel de todo o Senado, não só na figura do presidente, discutir se vai manter o texto da Câmara, se vai ter alterações. Se tiver alterações, volta para a Casa originária, que é a Câmara”, disse Sóstenes a jornalistas, em tom de recado.
Para o líder do PL, a anistia não pode ser seletiva. “Ou é para todos, ou não é para ninguém”, resumem aliados. A proposta, segundo ele, deve alcançar todos os investigados e condenados ligados ao episódio do 8 de Janeiro — incluindo Bolsonaro, alvo central da estratégia política e judicial em curso.
A oposição já definiu o compasso: o texto só deve ser levado a voto depois da sentença do Supremo contra Bolsonaro, prevista para a próxima sexta (12). A ideia é não misturar os movimentos e evitar que uma eventual condenação contamine a narrativa da anistia.
A base que sustenta o projeto já soma peso considerável: PL, PP, União Brasil e Republicanos reúnem juntos 242 deputados — número que coloca a votação em posição de largada confortável, ainda mais com o centrão balançando para o lado do apoio.
