
O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação para apurar o alcance da influência estratégica da China no setor agrícola brasileiro. A apuração busca identificar impactos de “investimentos ou de controle” chinês na cadeia de suprimentos, no mercado global e na segurança alimentar, avaliando riscos à competitividade e à soberania de mercados-chave.
O movimento ocorre em um momento em que o Brasil desponta no radar internacional por abrigar uma das maiores reservas de urânio do mundo — recurso estratégico que, segundo analistas, pode reduzir a dependência de fornecedores globais, incluindo a própria China. O potencial energético e geopolítico dessa descoberta aumenta o interesse de Washington na região e pode reposicionar o país no cenário estratégico global.
Em paralelo, cresce a repercussão da sanção imposta pelos EUA ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito da Lei Magnitsky. A medida colocou o magistrado na mesma lista que reúne 16 criminosos com atuação no Brasil, incluindo traficantes e terroristas, todos sujeitos a bloqueio de bens e restrições financeiras.
Nos bastidores do STF, a decisão provocou apreensão. Fontes afirmam que outros ministros estariam “apavorados” diante da possibilidade de também entrarem na mira da legislação norte-americana, que pune estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
O duplo movimento de Washington — escrutínio sobre o agronegócio e sanções a autoridades — reforça um cenário de tensão crescente na relação bilateral, com potenciais efeitos tanto sobre a política interna brasileira quanto sobre seu posicionamento no comércio e na segurança global.
