
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) criticou a Câmara dos Deputados durante reunião com outros governadores, nesta quinta-feira (7/8), em Brasília. Ele demonstrou insatisfação com o fato de a Câmara ainda não ter pautado a votação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o governador, se já existe maioria favorável à proposta, ela deve ser colocada em votação imediatamente. “Quem pauta é a maioria. Se tem maioria, que paute e vote. Esse é o sistema democrático”, defendeu.
Caiado também criticou o Congresso Nacional por não respeitar a vontade dos parlamentares. “A maioria daqueles que assinaram o requerimento de urgência e também da votação. O presidente tem que cumprir e colocar em votação. Não existe essa tese de ignorar a maioria. O parlamento é isso: metade mais um”, argumentou o governador.
Além da cobrança legislativa, Caiado fez duras críticas à inércia do presidente Lula (PT) diante da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O governador goiano lamentou a ausência de diálogo entre os chefes de Estado. “O presidente disse que ‘não tem nada a falar com o presidente dos Estados Unidos’. Isso é uma demonstração de insensatez. Em vez de cuidar da economia, do emprego e dos investimentos internacionais, Lula prefere antecipar o processo eleitoral”, disparou.
Em contraste com o governo federal, Caiado afirmou que Goiás já colocou em prática ações para mitigar os efeitos da medida americana. Segundo ele, o estado mantém diálogo direto com a Embaixada dos EUA para tentar retirar produtos essenciais da lista de taxação. Goiás também foi o primeiro estado a anunciar medidas emergenciais de crédito para os setores atingidos.
No dia 5 de agosto, o governador lançou, na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), o Programa de Crédito para o Desenvolvimento de Goiás, que inclui uma linha de crédito específica para empresas impactadas pelo tarifaço. Um comitê também foi criado para garantir diálogo permanente com o setor produtivo. “Eu já tomei as minhas medidas e fiz a minha parte. Agora estou aguardando as do Lula”, concluiu Caiado.
