
O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto (UB), denunciou o abandono da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, um dos mais relevantes marcos da fé e da história do povo goiano. “Não podemos aceitar que o governo federal deixe a memória do nosso povo virar pó”, disse ele durante a cerimônia de transferência simbólica da capital do Estado para a Cidade de Goiás, realizada na noite desta segunda-feira (28/7).
O parlamentar criticou a inércia do governo federal, responsável pela preservação dos bens tombados em nível federal. “O IPHAN tem abandonado a Cidade de Goiás e ignorado o estado crítico desse patrimônio, que carrega séculos de religiosidade e tradição goiana”, disse
A Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, construída no século XVIII, é um símbolo da religiosidade e da cultura da antiga Vila Boa, reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
“Se o governo federal não dá conta, aprendam com o governador Ronaldo Caiado, que tem mostrado responsabilidade e ações concretas para proteger nossa história e cultura”, afirmou.
O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Goiás, Gilvane Felipe, afirmou que, apesar de tombada, a Igreja da Boa Morte não é de responsabilidade do IPHAN. Segundo ele, a gestão do bem é compartilhada entre a Diocese de Goiás e o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). O IPHAN, segundo ele, notificou formalmente o IBRAM sobre a necessidade urgente de manutenção do imóvel. Quanto à possibilidade de transferência da guarda do patrimônio, Felipe esclareceu que apenas a Diocese pode propor tal medida.
Veja a nota na íntegra:
Durante evento na cidade de Goiás nesta segunda-feira, 28/07, o
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás
(ALEGO), Deputado Estadual Bruno Peixoto, criticou o que
segundo ele seria “incompetência do IPHAN”, a situação da Igreja
da Boa Morte. Acrescentou que o IPHAN deveria repassar a
incumbência daquele bem tombado ao Governo do Estado,
supostamente, segundo ele, mais competente.
Em relação às declarações do Senhor Deputado, Presidente da
ALEGO, temos a informar:
1. Que a Igreja da Boa Morte, apesar de ser um bem tombado,
não pertence ao IPHAN, pertence à Diocese de Goiás;
2. Que a gestão da Igreja da Boa Morte, assim como do Museu
de Arte Sacra que ela abriga, encontram-se sob
responsabilidade compartilhada do IBRAM, Instituto Brasileiro
de Museus e de sua proprietária, a Diocese de Goiás;
3. Que por ser um bem tombado, cabe ao IPHAN sua
fiscalização. Assim sendo, cumprindo a atribuição legal que
lhe cabe, o IPHAN/GO notificou oficialmente em 06/06/2025 o
IBRAM, quanto à necessidade urgente de manutenção da
Igreja da Boa Morte;
4. Que quem pode transferir ao Governo do Estado a guarda da
Igreja da Boa Morte é apenas e tão somente a sua
proprietária, a Diocese de Goiás, a quem deve ser dirigida a
proposta de transferência verbalizada pelo Presidente da
Assembleia Legislativa e não ao IPHAN;borte
5. Que uma sugestão para resolver financeiramente as
necessárias e urgentes obras de restauração da Igreja da Boa
Morte seria o Deputado atuar junto à bancada de seu partido,União Brasil, uma das maiores de Goiás, para que seja
destinada emenda parlamentar para viabilizar a recuperação
do bem tombado, o que para ele não seria muito trabalhoso,
haja vista que cada deputado federal tem um montante de
recursos do orçamento impositivo ao seu dispor e que
certamente o Presidente da ALEGO, como membro ilustre de
seu partido, não teria dificuldade em convencer alguns, ou até
mesmo a bancada como um todo, a colaborar com a situação
que tanto o comoveu.
Como se vê, atribuir ao IPHAN a situação da Igreja da Boa Morte
revela total desconhecimento da realidade dos fatos, equívoco que
poderia ter sido evitado com apenas uma ligação telefônica.
No mais, o IPHAN coloca-se à disposição da Assembleia
Legislativa de Goiás, assim como de todos aqueles que estejam
interessados em preservar o patrimônio cultural no Estado de
Goiás.
Goiânia, 29 de julho de 2025.
Gilvane Felipe
Superintendente do IPHAN/GO
