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Moraes impõe tornozeleira e censura a Bolsonaro motivado por cartas com apoio de Trump
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 19/07/2025 08:22 • Atualizado 19/07/2025 08:34
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a imposição de medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e veto à utilização de redes sociais. A decisão foi executada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18), quando Bolsonaro foi conduzido para instalar o dispositivo.

 

Segundo despacho de Moraes, a medida tem como base o “engajamento criminoso” de Bolsonaro em ações que “atentam contra a soberania nacional e o Judiciário brasileiro”. O ministro aponta como elemento central da decisão recentes declarações e cartas de apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Bolsonaro, publicadas nas redes sociais.

 

 

Em trecho da decisão, Moraes afirma que “o ápice das condutas executórias dos ilícitos penais […] passou a ocorrer a partir das primeiras declarações do Presidente dos Estados Unidos da América atentatórias à Soberania Nacional e à independência do Poder Judiciário”.

 

Trump, em carta pública datada de 7 de julho de 2025, afirmou que Bolsonaro estaria sendo perseguido por razões políticas e declarou apoio ao ex-presidente brasileiro. “O Brasil está fazendo uma coisa terrível no seu tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro”, escreveu o norte-americano. Bolsonaro compartilhou a mensagem, o que para o STF configurou “adesão manifesta” a um discurso que atenta contra a autoridade das instituições nacionais.Viagens ao Brasil

 

Moraes também destacou em sua decisão a “ousadia criminosa” de Bolsonaro e Eduardo, ao se utilizarem de plataformas digitais para instigar a população contra o Judiciário. Como agravante, o magistrado apontou que Bolsonaro divulgou, em 11 de julho, vídeo com declarações de Trump, o que teria acirrado o clima de hostilidade institucional.

 

 

“Imediatamente, o réu Jair Bolsonaro manifestou-se em rede social e passou a instigar seus seguidores contra o Poder Judiciário”, afirmou Moraes.

 

Entre as medidas cautelares impostas estão ainda a proibição de contato com embaixadas ou representantes estrangeiros. A justificativa, segundo o ministro, é evitar o uso político da situação para criar tensão diplomática ou alegações de perseguição internacional.

 

 

O advogado de Filipe Martins, Jeffrey Chiquini, criticou as decisões, afirmando que elas caracterizam “prisão política” e que a fundamentação baseada em publicações e falas públicas revela “uma escalada perigosa da repressão judicial”.

 

A defesa também destacou que o ex-presidente não representa risco à ordem pública e que medidas como tornozeleira eletrônica ferem a proporcionalidade.

 

 

Enquanto o STF sustenta que há risco de continuidade delitiva, opositores do governo classificam as ações como arbitrárias e com viés político. Nas redes, parlamentares da base de Bolsonaro reagiram com críticas e classificaram a decisão como “autoritarismo institucional”.

 

 

A operação desta sexta-feira incluiu ainda buscas em imóveis ligados a Bolsonaro, incluindo sua residência em Brasília e escritório político na sede do PL.

 

O caso amplia o já conturbado embate entre o ex-presidente e o Judiciário, agora com repercussões internacionais após a manifestação do presidente norte-americano. O Palácio do Planalto evitou comentar publicamente a decisão, mas fontes afirmam que a diplomacia brasileira monitora com atenção a reação do governo dos Estados Unidos às declarações de Trump.

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