Offline
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/9f22fe65968d79b6f45efc1523e4c4aa.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/80a574611830c0240c40e4d3d91929b3.png
URGENTE: EUA abrem investigação comercial contra o Brasil por ataques a empresas de tecnologia e ‘práticas comerciais desleais’
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 17/07/2025 12:58
Últimas Notícias

  

O governo dos Estados Unidos abriu nesta terça-feira (15) uma investigação comercial contra o Brasil com foco em práticas consideradas discriminatórias contra empresas americanas de tecnologia, especialmente redes sociais. A apuração, conduzida pelo USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA), mira ações brasileiras que, segundo o governo norte-americano, estariam prejudicando a competitividade de empresas dos EUA.

 

De acordo com o representante comercial Jamieson Greer, a iniciativa atende a ordens diretas de Trump e tem como principal motivação a alegada perseguição a plataformas digitais americanas no Brasil. “Sob o comando do presidente Donald Trump, eu abri a investigação sobre os ataques do Brasil às empresas de rede social americanas e outras práticas comerciais injustas”, afirmou Greer em nota.

 

 

O comunicado do USTR não cita diretamente decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), mas fontes do governo americano associam a investigação à atuação da Corte contra conteúdos considerados censurados, especialmente nas plataformas X (ex-Twitter) e outras redes sociais. Em 2023, por exemplo, o STF chegou a suspender temporariamente o funcionamento do X no país.

 

Além do ambiente regulatório para empresas digitais, o USTR também listou outros motivos para a investigação:

 

Restrições ao comércio digital e serviços de pagamento eletrônico, que estariam limitando a atuação de empresas americanas no Brasil;

 

Tarifas preferenciais e injustas, aplicadas a parceiros comerciais que concorrem com os EUA;

 

Falta de aplicação de normas anticorrupção e de transparência;

 

Deficiências na proteção à propriedade intelectual, afetando setores criativos e de inovação;

 

Aumento de tarifas sobre o etanol americano;

 

 

Desmatamento ilegal, que segundo o documento prejudicaria produtores agrícolas e madeireiros dos EUA.

 

A investigação foi aberta com base na seção 301 da legislação comercial americana, mecanismo usado anteriormente por Trump para justificar tarifas contra a China. A medida permite a adoção de sanções tarifárias e não tarifárias contra países cujas práticas comerciais sejam consideradas desleais.

 

 

Segundo a advogada Bárbara Medrado, especialista em comércio internacional, esse tipo de investigação representa um risco significativo. “Enquanto as tarifas de 50% anunciadas anteriormente podem ser questionadas judicialmente, sanções com base na seção 301 são mais duradouras e difíceis de reverter”, disse à Folha.

 

A ação ocorre em paralelo a crescentes tensões diplomáticas e comerciais entre os dois países, impulsionadas também pelas recentes acusações do Ministério Público brasileiro contra Jair Bolsonaro, aliado de Trump. Ao anunciar as tarifas sobre o Brasil, o ex-presidente americano citou expressamente a “perseguição política” a Bolsonaro como uma de suas motivações.

 

 

A investigação do USTR deve durar até 12 meses. Nesse período, o Brasil poderá apresentar defesa e tentar negociar com o governo americano para evitar novas sanções.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!