O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nesta quarta-feira (2/7) em Buenos Aires para participar da cúpula do Mercosul. Em paralelo à agenda oficial com os países do bloco — Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai — o petista pretende visitar a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar na capital argentina desde 17 de junho.
A visita, no entanto, depende de autorização judicial da Justiça argentina. A defesa de Cristina cuida dos trâmites para permitir o encontro com Lula, segundo o Metrópoles. A expectativa do Palácio do Planalto é que o aval saia a tempo de compatibilizar o compromisso com a agenda oficial do presidente, que permanecerá na Argentina até quinta-feira (3/7).
“Ele vai decidir lá [em Buenos Aires]”, afirmou Igor Gadelha, colunista, após contato com o chefe da Secom, Sidônio Palmeira.
O gesto de Lula reforça sua disposição em manter alianças políticas com lideranças condenadas por corrupção na América Latina. Kirchner foi sentenciada por desvio de verbas públicas durante seu mandato, mas segue ativa politicamente e tem contado com apoio explícito de aliados de esquerda, como o presidente brasileiro.
Lula já havia se solidarizado com a ex-presidente em ligação telefônica em 11 de junho, dias antes da decretação da prisão domiciliar pela Justiça argentina. Agora, busca transformar a cúpula do Mercosul em palco para uma reafirmação simbólica dessa aliança ideológica, ainda que em rota oposta ao discurso de combate à corrupção que seu governo tenta sustentar internamente.
