
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (25) que a Polícia Federal ouça o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e o advogado Paulo Cunha Bueno em até cinco dias. Ambos são suspeitos de tentar obstruir investigação sobre a tentativa de golpe de Estado vinculada à delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a decisão, Wajngarten e Bueno teriam mantido “intensa tentativa” de contato com a família do delator, atuando em nome de advogados de Bolsonaro para pressionar Cid a alterar ou suprimir informações da delação premiada.
As denúncias foram levantadas pela defesa de Cid, que entregou mensagens trocadas por WhatsApp. Segundo relato, Bueno teria abordado a mãe do militar em evento na Hípica de São Paulo, tentando demovê-la de manter a representatividade na defesa. Já Wajngarten teria contatado a esposa e a filha menor do delator.Coisas para fazer perto de São Paulo
O ministro considerou que tais atos configuram, em tese, crime de obstrução de investigação de organização criminosa, medida que justifica a intimação dos advogados. A PF também será responsável por extrair e categorizar dados do celular da filha de Cid, conforme descrito na decisão.
Em defesa, Paulo Cunha Bueno afirmou à imprensa que os contatos feitos com a família do delator tinham como objetivo auxiliar a inscrição da filha de Cid em competições de equitação, e não interferir na investigação. A distinção entre apoio policial e suposta obstrução será alvo de análise pela PF nos próximos dias.
