A Interpol incluiu oficialmente, nesta quinta-feira (5), o nome da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na Difusão Vermelha, a lista de pessoas procuradas internacionalmente por 196 países-membros da organização. A medida atende à solicitação da Polícia Federal, em cumprimento à ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão preventiva da parlamentar após sua condenação a 10 anos de prisão.

A análise do pedido foi concluída em menos de 24 horas, o que demonstra a celeridade incomum do caso. Apesar disso, o nome da parlamentar ainda não aparece na área pública do site da Interpol. De acordo com fontes da organização, nem todos os nomes constantes na Difusão Vermelha são disponibilizados para consulta pública, a depender da sensibilidade jurídica ou do risco envolvido.

Zambelli foi condenada por invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por portar arma de fogo ilegalmente durante as eleições de 2022. Após a condenação, a deputada deixou o Brasil, inicialmente declarando que iria para a Itália, país onde possui cidadania.

Segundo o diretor de Cooperação Internacional da PF, Felipe Seixas, a entrada de Zambelli na lista da Interpol não garante prisão imediata, pois a detenção de procurados depende da legislação de cada país. “No Brasil, por exemplo, a PF realiza a prisão com base em determinação judicial”, explicou.

Com a inclusão de Zambelli, 72 brasileiros agora integram a Difusão Vermelha da Interpol — entre eles, sete mulheres, procuradas por crimes que vão de homicídio a tráfico internacional de drogas e tortura, e nenhum deles foi cometido pela deputada.