
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após a própria parlamentar anunciar em suas redes sociais que deixou o país dias antes. Condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Zambelli viajou primeiro para Buenos Aires e, de lá, embarcou para os Estados Unidos. Ela declarou que pretende se instalar na Europa, onde possui cidadania, e se licenciará do mandato parlamentar.
O pedido de prisão da PGR foi formalizado ao STF, que ainda não havia decretado a detenção da deputada após a condenação por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Agora, o gesto é visto por ministros do Supremo como uma resposta ao que consideram tentativa de fuga da Justiça. A condenação, por unanimidade da Primeira Turma do STF, inclui ainda a perda do mandato, a ser definida pela Câmara dos Deputados.
“Eu queria anunciar que estou fora do Brasil. Já faz alguns dias”, afirmou Zambelli, em vídeo publicado no YouTube. Segundo ela, o objetivo seria buscar tratamento médico, sem especificar qual ou onde. “Vou pedir afastamento do cargo”, completou.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), acionou a própria PGR pedindo que o nome de Zambelli seja incluído na lista vermelha da Interpol. A medida visa permitir a localização, prisão e extradição da deputada de volta ao Brasil. Segundo Lindbergh, o anúncio da parlamentar configura “confissão pública de fuga da Justiça” e justificaria a adoção da prisão preventiva como medida cautelar. “Há uma condenação grave, e o risco de fuga está evidente”, disse o deputado.
Zambelli, por sua vez, nega a intenção de escapar da Justiça. Em seu vídeo, afirmou que permanecerá no exterior para “denunciar a ditadura” que, segundo ela, estaria instalada no Brasil. “Não é desistir do país, é resistir”, declarou. Ela prometeu levar o caso a “todas as Cortes da Europa”.
Em 2023, a deputada chegou a ter o passaporte apreendido durante a fase de investigação, mas o documento foi devolvido após decisão do Supremo. Segundo apuração da GloboNews, a saída do Brasil ocorreu no último dia 25, por via terrestre pela Argentina, antes de seguir para os EUA.
