
A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo IBGE. O resultado, embora positivo, veio abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que esperava alta de 1,5%, de acordo com levantamento do Valor Econômico junto a 71 instituições financeiras.
Mais uma vez, o agronegócio foi o principal motor do crescimento, com avanço expressivo de 12,2% em relação ao quarto trimestre de 2024. O setor de serviços, que representa a maior fatia da economia, cresceu timidamente, com alta de 0,3%. Já a indústria registrou leve retração, com queda de 0,1%, refletindo dificuldades estruturais e baixa competitividade do setor.
O Produto Interno Bruto (PIB) somou R$ 3 trilhões entre janeiro e março, sendo R$ 2,6 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 431,1 bilhões provenientes de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. A taxa de investimento subiu para 17,8% do PIB, ante 16,7% no mesmo período de 2024, enquanto a taxa de poupança foi de 16,3%, também acima dos 15,5% registrados um ano antes.
Na comparação anual, frente ao primeiro trimestre de 2024, o PIB avançou 2,9%. Todos os grandes setores mostraram expansão: Agropecuária (+10,2%), Indústria (+2,4%) e Serviços (+2,1%). O desempenho reflete a continuidade da recuperação econômica, mas também expõe um desequilíbrio: o crescimento está concentrado em poucos segmentos, enquanto a indústria segue patinando e os serviços mostram perda de fôlego.
Apesar do crescimento acumulado e dos indicadores positivos em investimento e poupança, a leitura do mercado é cautelosa.
