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Ex-secretário do Ministério da Justiça diz que Anderson Torres colaborou com transição e nega articulação golpista
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 29/05/2025 12:41 • Atualizado 29/05/2025 12:44
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O ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça Antonio Ramiro Lourenzo afirmou, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o então titular da pasta, Anderson Torres, colaborou com a transição entre o governo de Jair Bolsonaro (PL) e a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Durante a oitiva, realizada nesta quarta-feira (28), Lourenzo negou qualquer envolvimento, por parte de Torres ou da equipe da Justiça, em articulações golpistas, e descreveu o ambiente no ministério como de “desânimo”, mas focado no cumprimento da transição. “Havia um clima de velório”, disse. Ainda assim, segundo ele, a orientação de Torres foi clara: concluir os três meses de gestão e preparar uma transição “limpa”.

 

 

Lourenzo também confirmou a presença do então ministro indicado por Lula, Flávio Dino, em reuniões formais realizadas durante o processo de transição.

 

No entanto, o depoimento foi além das questões administrativas. Moraes interpelou o ex-secretário sobre postagens feitas por ele nas redes sociais. Em uma delas, Lourenzo chamou o presidente Lula de “vergonha nacional”. Questionado sobre o teor da mensagem, afirmou que se tratava de uma opinião pessoal, “escrita no calor da emoção”. Disse ainda que “foi carregada demais nas tintas” e não reflete uma postura institucional.

 

O ministro do STF também citou outra publicação em que o ex-secretário chamou o ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente da Corte, de “adolescente metido a influencer”. Lourenzo voltou a atribuir o comentário ao que classificou como um “momento de emoção”.

 

 

As postagens são vistas com atenção pelo STF, especialmente no contexto das investigações sobre atos antidemocráticos e possíveis tentativas de obstrução de transição institucional. Apesar disso, o tom do depoimento de Lourenzo reforça a estratégia de dissociar a cúpula do Ministério da Justiça da narrativa de golpe que cercou setores do governo Bolsonaro no fim de 2022.

 

A defesa de Anderson Torres tenta construir a imagem de um ex-ministro que, mesmo diante de um ambiente político conturbado, cumpriu seus deveres administrativos. A fala de Lourenzo, um dos auxiliares mais próximos, pode ajudar a reforçar essa linha.

 

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