Offline
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/9f22fe65968d79b6f45efc1523e4c4aa.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/80a574611830c0240c40e4d3d91929b3.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/820cc21bcd0a39be79b3ab806132ac70.jpg
BPC ultrapassa Bolsa Família em 1.167 municípios e acende alerta sobre redes de proteção social no Brasil
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 20/05/2025 13:41
Últimas Notícias

  

O Bolsa Família, por anos símbolo da assistência social no Brasil, começa a perder espaço para um concorrente silencioso, porém crescente: o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Em 1.167 municípios do país, o BPC já consome mais recursos públicos que o Bolsa Família, incluindo grandes capitais como Recife, Curitiba, Campo Grande, Goiânia e Belo Horizonte.

 

O número de beneficiários do BPC cresceu de forma contínua por 31 meses desde meados de 2022, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social. No período, o programa teve um salto de 33%, com a inclusão de 1,6 milhão de pessoas.

 

 

Criado em 1993, o BPC garante um salário mínimo mensal (R$ 1.518) a idosos de baixa renda com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. O valor do benefício é mais que o dobro da média paga por família no Bolsa Família, atualmente em torno de R$ 660. Mesmo assim, o Bolsa Família ainda atende um número muito maior de famílias: 20,5 milhões contra cerca de 6,4 milhões no BPC.

 

O crescimento do BPC foi impulsionado por uma série de fatores. Segundo o ministro do TCU, Antonio Anastasia, há pelo menos seis explicações para o fenômeno:

 

Mudança na lei em 2020 que passou a permitir mais de um benefício por família;

 

Reforma da Previdência de 2019, que dificultou o acesso à aposentadoria e levou mais idosos a buscarem o BPC;

 

Ampliação do reconhecimento de deficiências, especialmente o Transtorno do Espectro Autista, que hoje representa 17% dos casos de BPC para pessoas com deficiência;

 

Programa emergencial para reduzir a fila do INSS, que acelerou a concessão de benefícios;

 

Aumento real do salário mínimo, que aumentou o número de pessoas com renda abaixo do corte exigido;

 

 

Crescimento da judicialização, com mais decisões obrigando o INSS a conceder o benefício.

 

A pressão sobre o orçamento é evidente. Em 2025, o governo federal reservou R$ 158,6 bilhões para o Bolsa Família e R$ 112 bilhões para o BPC. O segundo programa, mesmo com menos beneficiários, custa quase tanto quanto o principal carro-chefe social do país.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!