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Governo Lula admite inevitabilidade de CPMI do INSS e articula estratégia para blindagem política
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 19/05/2025 13:05
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Após a pressão crescente do Congresso Nacional e da opinião pública, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a reconhecer, nos bastidores, que a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é inevitável. A avaliação foi publicada nesta sexta-feira (17) pelo jornal O Globo e confirmada por fontes próximas ao Planalto.

 

A estratégia do governo agora é tomar a dianteira dentro da comissão, com objetivo de garantir cargos-chave e formar uma base de sustentação política capaz de proteger Lula de desgastes e, ao mesmo tempo, atribuir as origens do escândalo ao governo Jair Bolsonaro (PL). Segundo articuladores da base, o plano é influenciar ao máximo os rumos das investigações, blindando o presidente e expondo falhas regulatórias aprovadas entre 2019 e 2022, período em que o esquema teria ganhado força.

 

 

O escândalo do INSS gira em torno de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, realizados por entidades de fachada e associações não reconhecidas. O próprio INSS informou ter recebido mais de 1 milhão de contestações de beneficiários, dos quais cerca de 950 mil negam qualquer vínculo com as organizações que realizaram as cobranças. A estimativa de prejuízo passa da casa dos bilhões de reais, segundo projeções preliminares.

 

A crise derrubou nomes da cúpula da Previdência, como o ex-ministro Carlos Lupi, e levou à demissão de diretores do INSS, além da deflagração da Operação Sem Desconto, pela Polícia Federal.

 

A temperatura subiu no Senado Federal, onde o atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, trocou acusações com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) em audiência recente.

 

 

Queiroz atribuiu as fraudes às mudanças legislativas feitas entre 2019 e 2022, durante o governo Bolsonaro, quando medidas provisórias teriam flexibilizado exigências para descontos em folha, facilitando o ingresso de entidades fraudulentas no sistema.

 

“Foi naquele momento que o ladrão entrou na casa”, afirmou o ministro.

 

Moro rebateu duramente e acusou o atual governo de omissão.

 

 

“O senhor agiu tardiamente e de forma incompleta. Está tentando acobertar um esquema de fraude que já vinha sendo denunciado desde o início do ano passado”, declarou o ex-juiz da Lava Jato.

 

 

O Planalto já começou a discutir o apoio interno à comissão. O presidente Lula se reuniu com ministros e líderes aliados para coordenar os próximos passos. Mas nem todos na base estão em sintonia com a estratégia do governo. Partidos com ministérios — como PSD, MDB, União Brasil e PSB — já contribuíram com assinaturas para instalação da CPMI.

 

Apesar da tentativa de controle, o ambiente político é instável, e há risco real de desgaste para o governo, caso surjam provas de negligência administrativa ou envolvimento político de figuras ligadas ao Planalto. A comissão deve funcionar como palco de confronto entre oposição e governo, num momento em que o Planalto tenta recuperar sua popularidade e manter base unida diante de um ano legislativo conturbado.

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