
O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, publicou
nesta quarta-feira (07/05), em seu perfil no X, um mapa-múndi de ponta-cabeça, mostrando o Brasil no centro. Segundo ele, a intenção é “ressaltar a posição atual de liderança” do país.
“O IBGE lançou um novo mapa-múndi com o Brasil no centro, contendo o sul na parte superior do mapa, também identificado por mapa invertido. A novidade busca ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais como no Brics e Mercosul e na realização da COP30 no ano de 2025″, escreveu Pochmann.
Essa não foi a 1ª vez que o instituto alterou a forma de exibir o mapa-múndi. Em abril de 2024, o IBGE lançou uma versão em que o Brasil também aparecia no centro do mundo, mas sem que o mapa estivesse de ponta-cabeça .
O documento fazia parte da 9ª edição do Atlas Geográfico Escolar. A versão, no entanto, apresentava uma série de erros. Uma sequência trocava os mapas dos períodos Jurássico (o qual diz ter sido há 135 milhões de anos) e Cretáceo (65 milhões de anos) –diferença de 70 milhões de anos. Também trazia informações incorretas sobre a idade, duração dos períodos geológicos e separação dos continentes no planeta. À época, o IBGE reconheceu as falhas e publicou uma errata.
Indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Pochmann foi nomeado para o cargo de presidente do IBGE em 18 de agosto de 2023. Ele já presidiu a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, e o Instituto Lula, e também foi presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Com visão econômica mais heterodoxa, o chefe do IBGE já fez críticas ao Pix, às reformas trabalhista e previdenciária e defendeu a redução da jornada de trabalho. A gestão de Pochmann à frente do IBGE tem sido alvo de diversas críticas do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (AssIBGE), que acusa o presidente do órgão de “autoritarismo”.
Sua atuação no instituto é também criticada internamente por ter supostamente aparelhado o IBGE e feito uma administração mais ideológica. Funcionários do instituto divulgaram uma carta aberta em janeiro em que afirmam que a gestão “tem sido pautada por posturas autoritárias e desrespeito ao corpo técnico”.
Uma das reclamações é sobre a fundação IBGE+, criada em 2024. A entidade é uma fundação pública de direito privado, vinculada ao IBGE. A fundação foi suspensa em 24 de janeiro pelo governo. Em 23 de abril, Pochmann participou de uma audiência pública na CTFC (Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle) do Senado. Disse que o IBGE “não está em crise” e “vive um momento democrático”.
