O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, divulgou nesta segunda-feira (31) um relatório em que acusa o Brasil de impor barreiras comerciais consideradas desleais contra exportadores norte-americanos. A publicação, intitulada National Trade Estimate Report on Foreign Trade Barriers, é produzida anualmente pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA e, em 2025, antecede o anúncio de um novo pacote de tarifas prometido por Trump.
Segundo o relatório, o Brasil adota tarifas elevadas em diversos setores, como automóveis, tecnologia, produtos químicos, plásticos, têxteis e eletrônicos. Os norte-americanos também criticam a instabilidade das taxas brasileiras. “A falta de previsibilidade das tarifas torna difícil para os exportadores dos EUA preverem os custos de fazer negócios no Brasil”, afirma o documento.
O relatório ainda cita entraves específicos, como a exigência de comprovação de que determinados produtos remanufaturados não possam ser produzidos no Brasil, e barreiras no setor automotivo, com destaque para os atrasos nas licenças de importação que prejudicam as exportações de veículos e autopeças dos EUA.
Entre outros pontos criticados estão:
Proibição de participação de produtores estrangeiros no mercado de créditos de carbono para biocombustíveis;
Burocracia na importação de vinhos, com exigência de dupla documentação;
Restrições na entrada de produtos de telecomunicações sem aprovação prévia da Anatel.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu às críticas e afirmou que poderá sobretaxar produtos norte-americanos, em resposta às tarifas impostas pelos EUA sobre o aço e o alumínio brasileiros. “Não dá para a gente ficar quieto achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar os produtos”, declarou.
