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Quatro PMs são presos em Goiás após texto com denúncias sobre batalhão viralizar
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 29/03/2025 10:32
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Quatro policiais militares foram presos suspeitos de serem os responsáveis por um texto com denúncias sobre supostas irregularidades no batalhão de Aruanã, Oeste de Goiás. Segundo a corporação, eles foram levados ao Presídio Militar, em Goiânia, na tarde de quinta-feira (27), após investigação da Corregedoria da Polícia Militar.

 

Foram detidos o tenente-coronel Valdivino Dias Marques Neto, o 1º tenente João Carlos Melo Junior, o 2º tenente Jean Botelho Godinho e o 2º sargento Ernani Coelho Santos. O documento atribuído a eles circulou amplamente em grupos de WhatsApp da tropa e trazia críticas a superiores, além de questionar a gestão do batalhão.

 

A Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) informou que a operação aconteceu a partir de uma denúncia anônima encaminhada à Corregedoria e à Agência Central de Inteligência da PMGO (PM/2). Após análise preliminar, foi constatado que as acusações feitas no texto eram infundadas e identificou indícios de articulação entre os envolvidos para desestabilizar o comando de uma unidade militar do interior do estado.

 

Investigação 

Segundo a corporação, a suposta tentativa de desestabilização estaria ligada ao descontentamento com uma decisão administrativa que determinou a transferência de um policial militar para outra cidade, em razão de uma investigação que foi instaurada contra ele.

 

O Alto Comando da PM enquadrou os militares em crimes previstos no Código Penal Militar, como conspiração, desrespeito ao superior, publicação indevida e difamação. A Corregedoria conduziu a investigação interna e, após identificar os supostos autores do material, determinou a prisão em flagrante dos quatro.

 

A Polícia Militar informou que possui canais institucionais para denúncias internas. No entanto, há um sentimento na tropa, especialmente entre praças, de que reclamações feitas pelos meios oficiais nem sempre são apuradas com imparcialidade. Além disso, há o receio de retaliação contra aqueles que questionam decisões internas.

 

Associações que representam oficiais e praças ainda não se manifestaram sobre o caso. A prisão dos militares gerou repercussão entre colegas, que veem a medida como um sinal de que o comando não aceitará manifestações consideradas prejudiciais à hierarquia da corporação.

 

Em nota ao Mais Goiás, A PMGO reforçou que o processo investigativo seguirá seu curso para garantir a completa elucidação dos fatos e a responsabilização dos envolvidos, respeitando os princípios do devido processo legal. A instituição destacou ainda seu compromisso com a ética, legalidade e transparência, além de uma postura firme na apuração de condutas que violem seus valores.

 

O caso segue sob análise da Corregedoria, e novas sanções disciplinares não estão descartadas.

 

A defesa dos policiais, embora seus nomes tenham sido citados, não foi localizada até o fechamento desta, o espaço segue aberto para manifestações.

 

Nota da Polícia Militar de Goiás na íntegra:

“A Polícia Militar do Estado de Goiás informa que quatro policiais militares foram presos em flagrante pela prática de crimes militares, conforme previsto no Código Penal Militar.

 

A operação foi desencadeada a partir de denúncia anônima encaminhada à Corregedoria e à Agência Central de Inteligência da PMGO (PM/2). Após análise preliminar, a PM/2 instaurou investigação que constatou que as acusações eram inverídicas e infundadas. No curso da apuração, foram identificados indícios de articulação entre os envolvidos, com o objetivo de desestabilizar o comando de uma unidade militar do interior do Estado. Essa tentativa de desestabilização e retaliação estaria relacionada a descontentamentos decorrentes de uma decisão administrativa de transferência de um policial militar de uma cidade para outra, em razão de investigação instaurada contra ele.

 

Diante desses elementos, a operação foi deflagrada, resultando na prisão em flagrante dos militares envolvidos. Os investigados são suspeitos de violar os artigos 152 (Conspiração), 160 (Desrespeito a superior), 166 (Publicação ou crítica indevida) e 215 (Difamação) do Código Penal Militar.

 

O processo investigativo seguirá seu curso para garantir a completa elucidação dos fatos e a devida responsabilização dos envolvidos, em estrita observância aos princípios do devido processo legal.

 

A Polícia Militar do Estado de Goiás reafirma seu compromisso inegociável com a ética, a legalidade e a transparência, bem como sua postura firme e intransigente na apuração de quaisquer condutas que violem os valores e princípios que regem a Instituição.”

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