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Moraes dá 24 horas para Prefeitura de São Paulo explicar construção de muro na Cracolândia
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Publicado em 17/01/2025

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 24 horas para que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), forneça explicações sobre a construção de um muro de alvenaria na região da Cracolândia, no centro da capital. A decisão, publicada nesta quinta-feira (16), foi motivada por uma ação movida por parlamentares do PSOL, que pedem a derrubada imediata da estrutura.

 

O muro, de 40 metros de extensão, foi construído em 2024 em um terreno triangular na Rua General Couto Magalhães, substituindo tapumes de metal que anteriormente cercavam a Rua dos Protestantes, próxima à Estação da Luz. Segundo a Prefeitura, a substituição dos tapumes foi necessária devido à sua destruição frequente, e a nova estrutura teria como objetivo “proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade”.

 

 

Entretanto, entidades e organizações que atuam na região criticaram a construção. A ONG Craco Resiste afirmou que o muro foi erguido sem diálogo prévio e acusa a Prefeitura de tentar “confinar” dependentes químicos que frequentam a Cracolândia.

 

A decisão de Moraes veio após a Defensoria Pública de São Paulo emitir, na última quarta-feira (15), um relatório recomendando a remoção do muro e das grades instaladas na área. O órgão aponta que a medida fere os direitos dos moradores e frequentadores da região, sugerindo que a obra priorizou o isolamento social ao invés de políticas públicas integradas de saúde e assistência social.

 

 

O prazo de 24 horas dado pelo STF coloca a Prefeitura sob pressão para justificar a obra, que reacendeu o debate sobre as ações públicas na Cracolândia. Enquanto o governo municipal defende a estrutura como uma medida de segurança e organização urbana, críticos argumentam que a solução agrava a segregação social e ignora os problemas estruturais da área.

 

Caso a justificativa não seja aceita pelo STF, a decisão pode resultar na derrubada do muro e abrir precedentes para novas intervenções judiciais sobre a gestão da Cracolândia.

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