Offline
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/9f22fe65968d79b6f45efc1523e4c4aa.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/80a574611830c0240c40e4d3d91929b3.png
Vídeo de Nikolas Ferreira sobre monitoramento do Pix viraliza e expõe fragilidade do governo Lula nas redes
Últimas Notícias
Publicado em 15/01/2025

As mudanças na fiscalização do Pix pela Receita Federal desencadearam uma crise de comunicação para o governo Lula, agravada pela dificuldade em competir com críticas amplamente compartilhadas nas redes sociais. Um exemplo marcante é o vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que viralizou ao criticar o monitoramento de transações acima de R$ 5 mil. Em menos de 24 horas, a publicação alcançou mais de 130 milhões de visualizações no Instagram, enquanto o vídeo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o mesmo tema ficou em 16 milhões.

 

A discrepância de engajamento escancara os desafios do Palácio do Planalto em estabelecer uma narrativa convincente em temas polêmicos, como a medida que visa combater a sonegação fiscal, mas que tem sido percebida como uma ameaça à privacidade financeira dos trabalhadores informais.

 

 

A crítica nas redes

No vídeo, Nikolas Ferreira argumenta que a medida pode prejudicar trabalhadores informais, que terão suas movimentações financeiras monitoradas como se fossem grandes sonegadores. “Se fizer vaquinha para o churrasco, vai ser complicado de explicar no imposto de renda”, ironiza o parlamentar. Ele também alerta que o aumento da fiscalização poderá levar muitos a abandonarem o uso do Pix e retornarem ao dinheiro vivo.

 

“O governo quer saber como você ganha R$ 5 mil e paga R$ 10 mil de cartão, mas não quer saber como uma pessoa que ganha um salário mínimo sobrevive pagando luz, moradia e outros gastos”, disse Nikolas.

 

 

A crítica ainda traça um paralelo com o sigilo decretado sobre os gastos do cartão corporativo da presidência, afirmando que o governo estaria mais focado em arrecadar do que em oferecer benefícios ao cidadão. “Sigilo para ele, vigilância para você”, disse o deputado.

 

A resposta do governo

Na tentativa de conter a repercussão negativa, o presidente Lula publicou um vídeo em suas redes sociais em que nega qualquer imposto sobre o Pix. “Tem uma quantidade enorme de mentira, em todas as redes sociais, dizendo que o governo vai taxar o Pix. E eu quero dizer que é mentira. O que nós podemos fazer é fiscalizar para evitar lavagem de dinheiro”, disse Lula, que aproveitou para fazer uma doação via Pix ao Corinthians.

 

 

Apesar de celebrada pelo governo, a publicação ficou aquém do alcance das críticas de Nikolas Ferreira, representando pouco mais de 12% da repercussão gerada pelo deputado.

 

O episódio evidenciou a dificuldade do governo Lula em estabelecer uma comunicação eficaz no ambiente digital. A narrativa de que a fiscalização do Pix representa um ataque à liberdade financeira ganhou força entre trabalhadores informais e pequenos empreendedores, parte significativa da base de apoio do presidente.

 

 

Além disso, a comparação feita entre a vigilância sobre os cidadãos e o sigilo nos gastos da presidência ampliou o desgaste do Planalto, que já enfrentava críticas sobre a gestão de temas sensíveis como o custo de vida e o controle financeiro.

 

 

Para especialistas em comunicação, a situação reflete uma necessidade urgente de reposicionar o discurso do governo nas plataformas digitais e de antecipar reações a temas controversos, especialmente em um ambiente polarizado.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!