O ex-ministro da Economia Paulo Guedes, que comandou a pasta durante o governo Jair Bolsonaro (2019-2022), não teve sua fotografia incluída na galeria de ex-titulares do cargo na sala do Conselho Monetário Nacional (CMN), no 6º andar do Ministério da Fazenda, em Brasília.
A galeria, que exibe fotos dos ministros que ocuparam o cargo ao longo dos anos, tem como imagem mais recente a de Eduardo Guardia, que sucedeu Henrique Meirelles e esteve à frente da pasta até o fim do governo Michel Temer. Guardia faleceu em abril de 2022.
Guedes comandou o chamado “superministério” da Economia, que unificava as pastas de Fazenda, Planejamento e Indústria. Com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023, a estrutura foi desmembrada, resultando na recriação dos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
Na última sexta-feira (20), durante um café de fim de ano com jornalistas na sala do CMN, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não explicou o motivo da ausência da foto de Guedes na galeria.
Um ex-assessor de Guedes, que preferiu não ser identificado, criticou a situação em entrevista à Folha de S.Paulo, chamando-a de “grosseria e indelicadeza”. Ele argumentou que, pela abrangência do trabalho de Guedes, o ex-ministro deveria estar representado em várias pastas.
Desde que deixou o governo, Paulo Guedes tem mantido um perfil discreto e atua como sócio da gestora de fundos Yvy Capital. Uma de suas poucas aparições públicas foi em maio de 2024, durante o lançamento do documentário Caminho da Prosperidade, em Nova York, que retrata sua gestão à frente da Economia.
Na ocasião, Guedes defendeu as medidas tomadas durante seu mandato. “Faríamos tudo de novo, com mais intensidade”, declarou, enfatizando a importância de privatizações, concessões e a independência do Banco Central. Ele também voltou a destacar a necessidade de uma reforma previdenciária mais profunda, afirmando que o sistema enfrentará problemas em até dez anos.