Em mais um capítulo da crise na saúde de Goiânia, a falta de medicamentos tem afetado atendimentos médicos em postos da capital. Além disso, unidades de saúde estão sendo prejudicadas por falta de profissionais. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) enviou um ofício à Prefeitura para que o problema seja resolvido com urgência.
Demandas foram apresentadas em reunião com representantes da saúde da capital e do Estado
O assunto foi tratado em reunião realizada pelo MP-GO com a presença de representantes da saúde estadual e municipal. Diante da gravidade da situação, o órgão solicitou providências para a aquisição de todos os medicamentos que estão em falta.
O documento foi encaminhado ao prefeito Rogério Cruz, à secretária municipal de saúde, Cynara Mathias Costa, e ao procurador-geral Dr. José Carlos Ribeiro Issy.
O MP ressaltou no ofício que a assistência à saúde da população, que depende do Sistema Único de Saúde (SUS), deve acontecer em sua plenitude e no devido tempo, respeitando o princípio da dignidade humana.
Crise na saúde de Goiânia
A crise na saúde de Goiânia tem sido destaque nos noticiários nos últimos meses. A falta de insumos, medicamentos e de médicos, além da paralisação de atendimentos em maternidades e falhas no funcionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) são alguns dos exemplos de problemas enfrentados por quem depende da saúde pública da capital.
O estopim da crise foi marcado pela falta de vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) que teria contribuído para pelo menos 5 mortes de pacientes.
Nesse cenário, uma operação do MP-GO, deflagrada na última quarta-feira (27/11), prendeu o então secretário municipal de saúde de Goiânia, Wilson Pollara. A prisão ocorreu em meio a apuração de crimes de pagamento irregular em contrato administrativo e de possível associação criminosa.
Além de Pollara, foram presos o secretário executivo, Quesede Ayres Henrique Campo, e o diretor financeiro da secretaria, Bruno Vianna Primo.
Falta de medicamentos: prefeitura realizará compras emergenciais
A Prefeitura de Goiâna se manifestou por meio de nota. Veja a íntegra:
“A respeito da falta de medicação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que, em conformidade com a Procuradoria Geral do Município (PGM) e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), estão sendo realizadas duas compras emergenciais. A primeira é uma compra verbal, válida por 30 dias, de medicamentos injetáveis e alguns insumos destinados às unidades de urgência e emergência. A segunda consistirá em uma compra emergencial, com validade de 90 dias, para todos os itens em falta.
A diferença entre a compra emergencial verbal e a compra emergencial regular reside no prazo para a aquisição dos produtos. A primeira é realizada de forma imediata, os medicamentos e insumos chegam ainda esta semana, enquanto o processo da segunda transcorre em aproximadamente 30 dias”.