A mulher que teve uma mão decepada pelo ex-companheiro em Anápolis, no último 24 de outubro, afirma que seu objetivo de vida agora é recomeçar. Railma Lisboa da Silva, de 26 anos, foi atacada a golpe de facão e passou mais de um mês internada, sete deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana). A alta média obtida na terça-feira (26/11) inaugura batalha, mas também uma oportunidade: “desejo poder recomeçar”, sublinha.
A estudante de enfermagem revelou como sentiu após sair do hospital. “A volta para casa é gratificante demais, a gente poder estar perto da família, dos filhos. Sempre falo que poder estar em casa ajuda na recuperação”. Ela continua: “O que eu mais desejo depois tudo que passei é poder recomeçar. Poder recomeçar e cuidar dos meus filhos. E não desistir de mim!”, desabafou.
A jovem ainda comentou sobre o ataque violento que sofreu. “Isso foi só um obstáculo no meu caminho. E eu vou passar por ele. É só um processo e como todo processo tem um fim, o meu também vai ter”, finaliza.
Família faz vaquinha virtual para custear tratamento
Agora com Railma em casa, a família está realizando uma vaquinha virtual para tentar custear tratamento psicológico para as crianças, que ficaram abaladas com o crime. O recurso também servirá para comprar medicamentos, pagar pelo tratamento da estudante e para manter a casa, já que neste momento a jovem não pode trabalhar.
Railma trabalhava em dois empregos e ainda estava estudando para se formar em enfermagem. A mulher mora com os filhos, de 7 e 9 anos, e com 3 irmãs em Anápolis.
Mulher teve mão decepada pelo ex em ataque com facão em Anápolis
O crime ocorreu no bairro São Jerônimo, em Anápolis, enquanto Railma ia para a faculdade na garupa de um mototaxista. O ex-marido, identificado como Marcos José Cardoso, de 42 anos, a perseguiu e a atacou com um facão após jogar o carro para cima da moto em que ela estava. Os golpes resultaram na amputação da mão e parte do braço da vítima, além de lesões no couro cabeludo.
Mulher tinha medida protetiva
Dois dias antes do crime, a vítima tinha conseguido uma medida protetiva contra o ex-companheiro. A delegada Isabella Joy, responsável pelas investigações, afirmou que Railma procurou a Polícia Civil na semana anterior ao ocorrido, após perceber que estava sendo seguida por Marcos. Em 2022, ela já havia solicitado uma medida protetiva contra ele, mas retirou a denúncia dias depois.
Juntos há 10 anos, eles estavam separados há 2 meses após muitos anos de abuso psicológico e físico, segundo a família. Railma tinha muito medo e já estava pensando em mudar de cidade.
Preso em flagrante em Anápolis, Marcos José passou por audiência de custódia no dia 4 de novembro e teve a prisão convertida em preventiva por tentativa de feminicídio.