Em outubro, o Brasil registrou um déficit de US$ 5,88 bilhões nas contas externas, o pior resultado para o mês nos últimos cinco anos. O dado, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (25) no relatório “Estatísticas do Setor Externo”, contrasta com o superavit de US$ 451 milhões observado no mesmo mês de 2023.

O rombo reflete um enfraquecimento na balança comercial, que apresentou superavit de US$ 3,44 bilhões, uma redução significativa em relação aos US$ 8,59 bilhões registrados em outubro do ano passado. A queda de US$ 5,15 bilhões na balança evidencia os desafios enfrentados pelo comércio exterior brasileiro.

Outro fator relevante foi o aumento no déficit da conta de renda primária, que engloba pagamentos de juros, lucros e dividendos enviados ao exterior. Em outubro, o saldo negativo alcançou US$ 5,76 bilhões, US$ 1,14 bilhão a mais do que no mesmo período de 2023, indicando maior saída de recursos para o exterior.

No acumulado de 12 meses até outubro, o déficit das contas externas chegou a US$ 49,2 bilhões, o equivalente a 2,23% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual é superior ao acumulado até setembro, que correspondia a 1,94% do PIB, sinalizando um agravamento no saldo negativo.