Ao todo, cinco pessoas já denunciaram Plínio Veloso Naves de Barros, “sugar daddy” suspeito de dos crimes de estupro, favorecimento da prostituição, falsa identidade e divulgação de cena de sexo. Ele foi preso na última quarta-feira (6), após uma mulher ir à Polícia Civil para dizer que sofreu ameaças do homem.
Ainda na semana passada, conforme o delegado Humberto Teófilo, outras duas mulheres foram até a Central de Flagrantes fazer a denúncia por constrangimento e ameaça, e também um homem, que teria tido uma foto utilizada pelo investigado em uma conta falsa do Instagram. No fim de semana, houve a quinta denúncia.
Segundo Teófilo, as vítimas são de Goiânia, mas também Caldas Novas e Campinorte. O homem agiria sempre da mesma forma: com perfis e contas falsas para aliciar mulheres. “Quando conseguia o aliciamento, uma foto ou vídeos íntimos, passava a fazer ameaças para que elas mantivessem as relações sexuais com ele”, disse Teófilo ao Mais Goiás.
Caso
Sobre o caso, Plínio teria criado três contas falsas no Instagram para cooptar mulheres, por meio do oferecimento de dinheiro, presentes e emprego, um esquema de relacionamento conhecido como “sugar daddy”. Conforme Teófilo, após conquistar as vítimas, ele mantinha relações sexuais com elas em seu apartamento no setor Bueno e, muitas vezes, filmava o ato de forma secreta.
Quando elas queriam deixar o esquema, ele fazia ameaças de forma velada para manter a intimidade. Mesmo aquelas que não queriam participar da prática também eram ameaçadas. Uma delas, inclusive, foi quem fez a primeira denúncia à corporação. A suposta vítima alegou que teve que fazer sexo oral com o autuado mais de 30 vezes.
Ela relatou às autoridades que queria o fim dos abusos, mas o autuado dizia que faria “algo” com o filho dela, além de revelar fotos dos dois aos familiares e amigos do trabalho. A situação teria deixado “psicologicamente abalada”, revela a Polícia Civil.
Os policiais prenderam o homem em flagrante em um restaurante de comida japonesa, em Goiânia. Em seguida, foram à residência dele e apreenderam computador e documentos. O caso seguiu da Central de Flagrante para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Em relação à divulgação da identidade do suspeito, a corporação informa que esta ocorre “nos termos da Lei nº 13.869/2019 e da Portaria nº 547/2021 – PC, conforme Despacho do(a) Delegado(a) de Polícia responsável pelo inquérito policial, de modo que a publicação de sua imagem possa auxiliar no surgimento de novas vítimas”.
Prisão preventiva
A juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães converteu a prisão em flagrante de Plínio Veloso Naves de Barros em preventiva. Detido na última quarta, o “sugar daddy” é suspeito de dos crimes de estupro, favorecimento da prostituição, falsa identidade e divulgação de cena de sexo. “Homem que tem coragem de estuprar uma mulher não é homem”, disse na audiência de custódia.
Segundo a magistrada, o suspeito mora em um dos endereços mais caros de Goiânia. “Tem cultura, tem poder”, afirmou ao ressaltar que não poderia, também, alegar racismo estrutural, pois é branco. “Isso deveria merecer prisão perpétua. Em um país com seriedade normativa, ele nunca mais iria sair do presídio”, declarou antes de converter o flagrante em preventiva.
O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa do suspeito. O espaço segue aberto, caso haja interesse.