A possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva não concorrer à reeleição em 2026 já é tema de discussões internas entre as principais lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT). Integrantes do partido avaliam diferentes cenários caso o presidente opte por encerrar sua carreira política sem tentar um novo mandato. As informações são da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo.
Um dos principais fatores que podem influenciar essa decisão é a popularidade de Lula e a aprovação de seu governo. Segundo pesquisa Datafolha, 35% dos brasileiros avaliam sua gestão como ótima ou boa, enquanto 30% consideram regular e 33% a classificam como ruim ou péssima. Dados da Quaest indicam 51% de aprovação contra 45% de reprovação. Para garantir uma disputa eleitoral mais tranquila, o apoio ao governo precisaria aumentar nos próximos anos, ponderam líderes petistas.
O temor entre aliados é que Lula conclua, em 2026, que o melhor desfecho para sua carreira política seria encerrar com a vitória eleitoral de 2022. Assim, evitaria o risco de uma derrota em sua última eleição presidencial, o que poderia comprometer o legado do ex-presidente.
Caso Lula opte por concorrer e perca, a expectativa é de que ele dificilmente se envolvesse em uma revanche eleitoral em 2030, quando teria 85 anos, encerrando um eventual novo mandato já próximo dos 90.
Apesar desses riscos, a pressão para que Lula se candidate será imensa, argumentam fontes do PT. O partido e a esquerda brasileira enfrentam uma “ludodependência”, devido à falta de outra liderança com o mesmo poder de atrair votos. Sem Lula, as chances de vitória poderiam despencar, colocando em xeque a força política do campo progressista.
Sem a candidatura de Lula, a bancada do PT e partidos aliados poderiam sofrer uma redução drástica, abrindo espaço para que a direita volte a dominar a Presidência da República por décadas. As lideranças do partido consideram o desafio de reestruturar a base e encontrar uma nova liderança como urgente, caso Lula decida não disputar a reeleição.
