A influenciadora e professora Cíntia Chagas criticou publicamente o PL Mulher, presidido por Michelle Bolsonaro, por ter entrado em contato com seu agressor, Lucas Bove, em vez de oferecer suporte a ela, a vítima. “Me causa estranhamento o fato de o PL Mulher ter entrado em contato com o agressor e não com a agredida”, disse Cíntia em entrevista à revista Marie Claire. Para ela, a ação do partido enfraquece a Lei Maria da Penha e gera um precedente perigoso, onde o foco recai sobre o acusado em vez de proteger quem sofre a violência.
Cíntia, que ganhou notoriedade por suas críticas ao uso da linguagem neutra, viu sua vida pessoal ganhar os holofotes após registrar uma denúncia contra Bove por violência doméstica. A professora apresentou à Justiça provas como prints de conversas e áudios, que levaram a Polícia Civil a identificar quatro crimes: violência contra a mulher, ameaça, injúria e perseguição.
Inicialmente, Cíntia evitou falar sobre o assunto, temendo a exposição. No entanto, após o início do processo e da concessão de uma medida protetiva, decidiu que sua história poderia ajudar outras mulheres a reconhecerem sinais de abuso e violência em seus próprios relacionamentos. “Eu não sabia identificar os sinais antes de me entender como vítima”, confessou.
O caso de Cíntia chamou a atenção de diversos grupos feministas, como a Coalizão Nacional de Mulheres, que, apesar de discordar de declarações anteriores feitas pela influenciadora, publicou uma nota em apoio à professora após o vazamento do boletim de ocorrência.