A Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando uma investigação formal pela Procuradoria-Geral da República (PGR) acerca das revelações feitas pelo jornalista americano Michael Shellenberger nos chamados “Twitter Files”. O pedido, subscrito pelo Ministro Jorge Messias, destaca a seriedade dos vazamentos envolvendo documentos confidenciais: “Os fatos relatados têm o condão de ofender a esfera jurídica da União, violando o dever de sigilo e interferindo no andamento de processos judiciais,” aponta o documento.

“Diante do exposto sobre o vazamento e/ou compartilhamento de informações sensíveis, é imperativa a apuração das circunstâncias relatadas, especialmente em casos de procedimentos sigilosos”, complementa a AGU.

Em um discurso em 12 de abril na Comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado, Shellenberger criticou o que chamou de “complexo industrial da censura” no Brasil, mencionando que, comparativamente, o processo é mais agressivo aqui do que nos Estados Unidos e na Europa. Ele ressaltou a intensidade das ações do ministro Alexandre de Moraes, do STF, considerando-as desproporcionais. “Ele atua mais como um legislador do que como um juiz. Isso é chocante e preocupante,” afirmou.

No dia seguinte, em entrevista ao site O Antagonista, Shellenberger falou sobre o conflito entre o STF e a rede social X, enfatizando os perigos da censura. “A ideia de que o discurso é mais culpado pela violência do que a falta de policiamento é um absurdo. Confundir violência real com palavras mina a democracia e a liberdade de expressão”, declarou o jornalista, reforçando seu compromisso em combater a desinformação e revelar verdades.