Foram 49 dias mantidos em cativeiro em algum lugar na Faixa de Gaza para uns, meses ou até anos em prisões israelenses para outros. Na sexta-feira, como resultado de difíceis e demoradas negociações mediadas por Catar, EUA e Egito, o primeiro grupo de 13 reféns de Israel levados para Gaza no devastador ataque do grupo terrorista Hamas ao país, em 7 de outubro, finalmente foi libertado após o início de um cessar-fogo de quatro dias às 7h (2h em Brasília). Dez tailandeses e um filipino sequestrados no mesmo dia também foram soltos. No lado israelense, horas depois, 39 palestinos encarcerados no país ganharam a liberdade.
Os reféns — todos mulheres e crianças — foram entregues à Cruz Vermelha ainda em Gaza e cruzaram a fronteira com o Egito, antes de seguirem para Israel, onde foram submetidos a avaliações médicas e reencontraram suas famílias. Uma nova rodada de trocas está prevista para acontecer neste sábado.
Em comunicado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que “o retorno dos reféns é um dos objetivos da guerra”, e que seu governo “continuará comprometido em cumprir todos os objetivos da guerra, incluindo o retorno de todos” que foram sequestrados pelo Hamas.
Em nota, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), informou que iniciou na sexta uma “operação de vários dias para facilitar a libertação e a transferência de reféns mantidos em Gaza e de detidos palestinos para a Cisjordânia”, acrescentando que “a operação incluirá a entrega de assistência humanitária adicional e muito necessária para Gaza”.
Em declaração à imprensa, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o acordo que permitiu a libertação foi garantido graças à “intensa diplomacia” do país, que incluiu muitos telefonemas a lideranças regionais. Ele também deixou no ar a possibilidade de uma prorrogação da trégua.
— Hoje estamos agradecidos por ver as famílias se reunirem com seus entes queridos que foram mantidos reféns por quase 50 dias — disse Biden. — O acordo também foi estruturado para permitir uma pausa para a sequência [das libertações]. É nosso objetivo.
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Um vídeo do Hamas mostrou o momento em que os reféns são entregues à Cruz Vermelha, ainda em Gaza. Médicos que prestam atendimento aos reféns disseram que eles estão em “boas condições clínicas” e que passariam por uma avaliação física e psicológica.
Os israelenses são uma parte dos 50 reféns que devem ser devolvidos a Israel nos próximos dias a partir da passagem egípcia de Rafah. Em troca, serão libertados 150 presos palestinos, que devem, em sua maioria, ir à Cisjordânia e a Jerusalém, e não Gaza.
O primeiro grupo de palestinos, composto por 39 pessoas, começou a ser libertado das prisões israelenses pouco depois da entrega dos reféns à Cruz Vermelha. Ao longo de todo o dia, houve confrontos entre parentes dos detentos e forças de segurança do lado de fora da prisão de Ofer, de onde saíram 33 deles em comboio rumo às suas casas. Segundo a agência Wafa, ao menos 31 pessoas ficaram feridas. Em Jerusalém Oriental — de onde foram libertados outros seis prisioneiros de uma prisão local — e em Beitunia houve celebração nas ruas, com direito a fogos de artifício e muitas bandeiras palestinas.
Segundo uma lista preliminar, os palestinos soltos são acusados de diversos tipos de crimes, desde tentativa de assassinato até atirar pedras contra militares israelenses. Antes da libertação, o Hamas reclamou que Israel não teria respeitado os termos do acordo ao incluir pessoas detidas no último ano, em vez de adotar apenas o critério de tempo de cárcere. Mas a queixa não parece ter afetado o processo. Uma das prisioneiras agora em liberdade, Marah Bakir, estava presa desde 2015, quando tinha 16 anos, e disse à al-Jazeera ter sofrido maus-tratos durante o cárcere. Ela agora está em casa com a família em Jerusalém.
Uma segunda rodada de troca de reféns, prevista para hoje, deve ocorrer, segundo a imprensa israelense, antes das 16h (11h em Brasília). Segundo o Canal 12, de Israel, devem ser incluídos 13 reféns, sendo a maior parte deles crianças — com isso, outros 39 palestinos devem ser libertados.
Antes da troca, as Forças Armadas de Israel enfatizaram ontem que a paralisação nos combates é um cessar-fogo, e não o fim da guerra contra o Hamas. Além das cerca de 240 pessoas feitas reféns, o grupo terrorista deixou 1,2 mil mortos, em sua maioria civis, no ataque de 7 de outubro. Do lado palestino, a retaliação israelense já deixou mais de 14 mil mortos até agora.
Na quinta-feira, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que, assim que a “curta” trégua temporária terminar após permitir a troca de 50 reféns mantidos pelo Hamas por 150 presos palestinos, a campanha militar será retomada “com intensidade” por ao menos mais dois meses.
— O que veremos nos próximos dias é a primeira libertação de reféns. Essa pausa será curta — disse Gallant aos soldados da unidade de comando Shayetet 13 da Marinha. — O que pedimos de vocês nessa pausa é que se organizem, fiquem de prontidão, se rearmem e se preparem para continuar.
O Hamas também fez uma ressalva similar, afirmando que “nossas mãos continuam no gatilho”.
O cessar-fogo também permitiu a entrega de mais ajuda humanitária ao território palestino. Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), 137 caminhões com alimentos, água, medicamentos e outros itens essenciais foram descarregados em Gaza ontem, a maior quantidade em um só dia desde o início da guerra. Outros 60 veículos foram liberados para seguir até o território palestino, e deveriam descarregar nas horas seguintes.
O Hamas disse na véspera que 200 caminhões transportando suprimentos de ajuda humanitária e quatro caminhões de combustível entrariam no território todos os dias durante a pausa de quatro dias. As autoridades israelenses não comentaram imediatamente. Antes da guerra, entre 300 e 500 caminhões entravam diariamente em Gaza, segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras — boa parte com ajuda humanitária.
As agências internacionais afirmam que uma pausa de quatro dias é muito pouco tempo para lidar com a terrível situação no enclave, depois que Israel impôs um cerco quase total ao território palestino, restringindo severamente o fornecimento de alimentos, combustível e medicamentos, agravando um cenário que já é considerado catastrófico para seus 2,3 milhões de habitantes.
Muitos palestinos aproveitaram a trégua e rumaram para suas casas no norte, abandonado após um ultimato de Israel. Mas aviões de guerra israelenses sobrevoam a região, lançando panfletos com um aviso: “A guerra ainda não acabou. Regressar ao norte é proibido e muito perigoso!!!”. Em terra, pessoas foram alvejadas por desobedecerem. Duas morreram e 11 ficaram feridas.