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Grávida perde bebê após passar por cinco hospitais durante dois dias, em Goiás
Saúde
Publicado em 29/07/2023

Grávida de quase 40 semanas, Joelma Ribeiro perdeu a bebê depois de tentar atendimento médico em cinco hospitais de Goiás durante dois dias, e depois de percorrer mais de mil km sentindo dores.

 

A peregrinação da moradora de Trindade, de 25 anos, começou no último sábado (22), quando o incômodo surgiu. Joelma procurou um posto de saúde em Trindade, que a encaminhou para o Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), Lá, a gestante relata que teve que esperar 12 horas para ser atendida, mesmo tendo alertado os profissionais sobre as dores.

 

Por causa da demora no Hetrin, a gestante diz que resolveu procurar o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), em Goiânia. No local, realizou o exame de toque e foi informada que não apresentava nenhuma dilatação.

 

 

“Falei para eles que estava sentindo dor, mas não dilatava. Ela [médica] fazia o toque e falava ‘você está sentindo dor, mas não dilatou nenhum centímetro’. Eu falei que não posso ter normal, não dou conta. Tinha que ser cesariana”, contou Joelma.

 

No dia seguinte, na madrugada de domingo (23), a gestante diz que voltou ao Hetrin se queixando de dores, mas, como não recebeu atendimento novamente, foi para o Hospital, Maternidade Santa Clara, em Jussara (a 170,76 km de Trindade).

 

Foi na maternidade de Jussara que a morte da bebê foi constatada. Como a unidade de saúde não tinha médicos de saúde para realizar a cesárea, Joelma foi encaminhada ao Hospital Estadual São Luís de Montes Belos para realizar a cirurgia.

 

Outro lado

Em nota, o Hetrin negou ter demorado mais de 12 horas para atender Joelma. Disse que a mulher chegou à unidade às 5h50 e foi atendida às 6h. O Hetrin afirma que ela encaminhada para a avaliação, mas deixou o local antes do atendimento (leia a nota na íntegra abaixo).

 

A maternidade Célia Câmara informou, também em nota, que Joelma estava sem sinais de de trabalho de parto. Além disso, o hospital disse que a bebê estava com batimento cardíaco presente e o caso não apresentava sinais de emergência (nota completa abaixo).

 

Nota do Hetrin

O Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), informa que a paciente J. S. R. deu entrada na unidade no sábado (22/07) às 5h50 da manhã. Entrou para a classificação às 5h55 e foi classificada como urgente. O atendimento médico foi realizado às 6h da manhã. Às 6h08 da manhã foi solicitado encaminhamento da paciente. Às 6h38, a paciente foi inserida no Complexo Regulador Estadual, e após esse período, a paciente evadiu-se. O Hospital Estadual de Trindade reforça que contará com uma nova maternidade após a conclusão das obras de reforma e ampliação. A unidade trabalha para oferecer o melhor atendimento para a população de Trindade e região.

 

A paciente Joelma de Sousa Ribeiro esteve no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) entre 16h30 e 18h20 do sábado (22/07), com 39 semanas e 5 dias de gestação, sem sinais de trabalho de parto, batimento cardíaco fetal presente e sem sinais de emergência, portanto, sem indicação médica para a interrupção da gravidez no momento da avaliação. Sendo descrito em prontuário sobre a orientação do protocolo de pós-datismo.

 

De acordo com a OMS e Ministério da saúde, o chamado pós-datismo, ou gestão prolongada, se faz a partir de 41 semanas de gestação.

Lorena Teixeira Dias

Lorena Teixeira Dias

Goiânia, GO

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