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Ameaças a brasileiros põem polícia de Portugal em alerta
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Publicado em 21/06/2023

O governo português emitiu uma determinação às forças de segurança para aumentar o número de agentes responsáveis pela proteção da Embaixada do Brasil em Lisboa. Além disso, foram acionados os serviços de inteligência para identificar os responsáveis por ameaças terroristas, nazistas, xenofóbicas, racistas e homofóbicas direcionadas a cidadãos estrangeiros, especialmente os brasileiros residentes no país. Essas decisões foram tomadas após um comunicado feito em 14 de junho pelo embaixador Raimundo Carreiro ao ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinhos.

 

De acordo com documentos, a embaixada recebeu um e-mail contendo uma série de ameaças, inclusive com a indicação de ataques em áreas públicas contra brasileiros. A mensagem declarava que “Portugal é uma terra de brancos e para brancos”. Além disso, afirmava que não havia lugar no país europeu para “seres sub-humanos como indianos, nepaleses, marroquinos, muçulmanos, judeus, ciganos, negros, os malditos brasileiros e os LGBTQIAP+“. O autor da mensagem prometeu “purificar” o país e ameaçou realizar uma série de atentados terroristas caso o governo português não “expulsasse todos os homossexuais, estrangeiros e não brancos” dentro de 60 dias. A ameaça mencionava um “massacre em uma área frequentada por negros e zucas (como os portugueses se referem aos brasileiros)”.

 

Em resposta ao embaixador brasileiro, João Queirós, sub-diretor-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, afirmou que “todas as autoridades nacionais competentes foram devidamente alertadas sobre o conteúdo da mensagem, para que sejam tomadas as medidas apropriadas”.

 

 

Isso implica em aumentar a segurança em regiões com maior concentração de estrangeiros, especialmente brasileiros, que formam a maior comunidade de imigrantes em Portugal. Dados oficiais indicam que quase 350 mil brasileiros vivem legalmente em território português, segundo o Itamaraty esse número chega a 400 mil cidadãos.

 

 

A preocupação de Carreiro com as mensagens nazistas e xenofóbicas aumentou diante dos frequentes ataques sofridos por brasileiros em Portugal. Recentemente, um casal, Luís Almeida e Jefferson Tenório, foi violentamente espancado em uma boate em Lisboa. Jefferson teve o rosto desfigurado pelos seguranças do Titanic, que ainda tentaram afogá-lo no Rio Tejo, localizado atrás do estabelecimento.

 

Em Braga, o pernambucano Saulo Jucá foi agredido por um homem que manifestou não aceitar a presença de brasileiros “em seu país”. Em julho do ano passado, o brasileiro Jefferson Terra Pinto foi espancado até a morte na saída de uma boate no Parque das Nações, uma das áreas mais nobres de Lisboa.

 

 

As mulheres brasileiras são as principais vítimas de xenofobia. Durante a recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Portugal, um grupo de ativistas se reuniu com a primeira-dama, Janja da Silva, e com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, para relatar as condições a que elas estão sujeitas. Em um documento entregue por elas, há acusações de xenofobia, racismo e misoginia por parte dos agentes de segurança de Portugal.

 

A discriminação também está presente no sistema judicial, que frequentemente tem retirado a guarda dos filhos de mães brasileiras, mesmo nos casos em que elas denunciam terem sido vítimas de violência doméstica.

Da Redação

Da Redação

Goiânia, GO

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