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Promotor alerta sobre influência do PCC em ONGs e política prisional
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Publicado em 30/01/2025

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), afirmou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem expandido sua influência sem recorrer à violência, utilizando ONGs para atuar no sistema prisional e influenciar políticas públicas. A declaração foi feita em entrevista ao Estadão.

 

Gakiya, que há mais de 20 anos investiga a facção, denunciou recentemente 12 pessoas na operação Fake Scream, que revelou que a ONG Pacto Social & Carcerário de SP foi criada e financiada pelo PCC. Segundo ele, a organização funcionava como um canal para pressionar autoridades e denunciar o sistema prisional em cortes internacionais.

 

 

A presidente da ONG, Luciene Neves Ferreira, participou de reuniões nos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos, além do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No entanto, Gakiya afirma que não há indícios de que os representantes do governo soubessem da ligação da entidade com o PCC. “Foram inocentes úteis”, disse o promotor ao Estadão.

 

Segundo as investigações, a ONG seguia ordens diretas de líderes do PCC presos na Penitenciária II de Presidente Venceslau (SP), prestando contas de suas atividades à facção. A organização também participou da produção do documentário O Grito, exibido na Netflix, e teve passagens pagas pelo PCC para viagens.

 

 

O MP-SP identificou que a estratégia do PCC de usar ONGs já era discutida desde 2016, durante a operação Ethos, que revelou o envolvimento de advogados no esquema. “Na época, já se mencionava um ‘Projeto ONG’. Agora, descobrimos que a Pacto Social & Carcerário cumpria exatamente essa função”, explicou Gakiya.

 

A ONG também mantinha proximidade com parlamentares, incluindo vereadores e deputados. No entanto, o promotor não vê indícios de envolvimento direto dos políticos com o PCC. “Eles achavam que era uma organização legítima de defesa dos presos”, disse.

 

 

Gakiya alerta que outras ONGs podem estar sendo usadas pelo crime organizado e reforça a necessidade de um controle mais rígido sobre entidades que atuam no sistema prisional. O MP-SP segue investigando o alcance dessa influência e os impactos do soft power do PCC na política nacional.

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