Mulher deu entrevista após a coletiva promovida pela SDS sobre o caso; polícia apresentou o suspeito pela morte da garota
Caso Beatriz: mãe de garota morta com 42 facadas diz que motivação do crime 'não convence'
Beatriz foi morta com 42 facadas em dezembro de 2015
A mãe de Beatriz Angélica, Lucinha Mota, afirmou que o homem identificado por meio do DNA seja realmente o assassino da filha, mas ela questiona a motivação do crime apontada pela Secretaria de Defesa Social (SDS): “Não convence.” A garota foi morta em 42 facadas durante a formatura da irmã que ocorria no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde o pai dela também trabalhava, em Petrolina, no Sertão pernambucano.
“A prova científica do DNA é importante. Tem uma relevância muito grande, isso é ciência, não se contesta. O máximo que se faz é repetir para ter opiniões de outros especialistas”, disse.
A mãe falou com a imprensa após uma coletiva feita pela SDS, no Recife, onde detalhou que Marcelo da Silva, de 40 anos, foi apresentado como suspeito de ter matado a menina de 7 anos em 2015. O homem encontra-se preso por outros crimes. De acordo com a secretaria, Marcelo confessou que entrou na escola para pedir dinheiro e matou a menina depois que ela se desesperou ao ver a faca que estava com ele.
Após seis anos, polícia identifica assassino de Beatriz, morta com 42 facadas em PE
Marcelo da Silva confessou que desferiu os 42 golpes de faca contra a garota
O pai de Beatriz e marido de Lucinha, Sandro Romilton, era professor de inglês no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, palco de toda tragédia. De acordo com a mãe da menina, a escola era bastante rígida e, durante os 14 anos em que frequentou o local, como mãe de uma aluna e esposa de um funcionário, sempre precisou se identificar.
Ainda de acordo com a mãe da garota, a escola só permitia a entrada de pessoas que estavam autorizadas em convites durante as festividades. Dessa forma, segundo ela, é difícil acreditar na versão dada pela SDS, de que o assassino da menina conseguiu entrar na instituição de ensino com pouca dificuldade. No dia do crime, inclusive, ocorria a formatura da irmã de Beatriz.
“Essa conversinha de que ele entrou aleatoriamente, que escolheu uma vítima ali porque é um doido não me convence, precisa-se de mais”, declarou Lucinha Mota.
Suspeito de matar garota com 42 facadas está preso desde 2017
Marcelo da Silva está preso desde 2017 e foi condenado por estupro de vulnerável. Depois de seis anos, um mês e um dia do crime, a polícia o anunciou como suspeito de matar Beatriz. A identificação teria ocorrido através do DNA dele, que foi compatível ao do que encontrado na faca que foi cravada no tórax da garota na ocasião.
A polícia também afirmou que ele confessou o crime. Lucinha foi informada pela imprensa sobre a identificação do suspeito. À noite, através das redes sociais, ela se pronunciou e disse que não queria que um inocente pagasse pelo crime e que o DNA, por si só, não era suficiente.
“Então, eu estou aqui, nós estamos aqui com muita fé de que ele é o assassino de Beatriz, mas ainda é pouco. Eu acredito [que ele seja o autor do crime], pelos elementos que eles apresentaram, que é o resultado do DNA, que é incontestável, e as características físicas, mas isso só não é suficiente”, completou a mãe de Beatriz.
Suspeito de matar Beatriz teria agido sozinho, diz polícia
A SDS informou, ainda, que os indícios apontam que Marcelo agiu sozinho e não teve ajuda de outas pessoas. A mãe da menor, entretanto, acredita que possa haver um mandante e que possíveis problemas da escola em que a menina morreu podem ter a ver com a motivação do crime.
Lucinha ainda revelou que teve acesso a vídeos em que o suspeito aparece com o que seria um telefone. “Ele chega, ele esconde a faca, ele recebe uma ligação ou uma mensagem, ele bota o telefone próximo à orelha dele, como se estivesse recebendo uma ligação. Ele vai no canteiro, pega a faca, bota no pé e parte em direção ao colégio. Pelo amor de Deus, não precisa ser nenhum expert para entender que, ali, alguém avisou a ele. O quê? O momento certo de entrar? Essas coisas que precisam ser identificadas”, questionou.