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Doses de reforço não bastam para acabar com a pandemia, diz OMS.
Saúde
Publicado em 12/01/2022

Para organização, aplicar vacina com composição pensada na forma original do vírus não é estratégia viável

 

Doses de reforço não bastam para acabar com a pandemia, diz OMS 

Combater a pandemia de Covid-19 com doses de reforço das vacinas atuais não é uma estratégia viável, alertaram nesta terça-feira (11) especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pediram vacinas que previnam melhor a transmissão.

 

“É improvável que uma estratégia de vacinação baseada em reforço reiterados das primeiras vacinas seja apropriada ou viável”, diz em comunicado o grupo de especialistas encarregado de supervisionar as vacinas contra o coronavírus.

 

Além disso, esses especialistas consideram “que vacinas contra a Covid-19 de elevado impacto em termos de transmissão e prevenção da infeção, além de prevenir formas graves de doença e morte, são necessárias e devem ser desenvolvidas”. Isso limitaria o impacto da Covid em termos de saúde, mas também “a necessidade de medidas sanitárias e sociais rigorosas e em grande escala”, argumentam.

 

 

“Enquanto aguardamos a disponibilização de tais vacinas, e à medida que o vírus Sars-CoV-2 evolui, pode ser necessário atualizar a composição das vacinas anti-Covid atuais, a fim de garantir que [elas] continuem a fornecer os níveis de proteção recomendados pela OMS contra a infecção e a doença” causadas por variantes, incluindo a ômicron.

 

Pouco mais de seis semanas após sua identificação na África do Sul, os dados de vários países convergem em dois pontos: a ômicron –que se enquadra na categoria de variantes preocupantes da OMS– é transmitida muito mais rápido do que a variante antes dominante, a delta, e parece causar formas menos graves da doença. “No entanto, há necessidade de obter mais dados sobre a eficácia das vacinas, em particular no que diz respeito às internações, formas graves da doença e óbitos”, observam os especialistas da OMS.

 

Ponto importante: não se sabe se essa gravidade aparentemente menor decorre das características intrínsecas da variante, ou se está relacionada ao fato de atingir populações já parcialmente imunizadas pela vacina ou por uma infecção anterior.

 

 

Ainda assim, a ômicron está avançando de forma acelerada em muitos países e os casos estão dobrando a cada dois ou três dias, algo inédito em variantes anteriores. As mutações na ômicron parecem permitir que ela reduza a imunidade dos anticorpos contra o vírus. Consequência: provavelmente pode contaminar um grande número de vacinados e reinfectar pessoas previamente infectadas pelo vírus.

 

Especialistas da OMS pedem mudanças na composição das vacinas para garantir que protejam mais contra doenças e continuem atendendo aos critérios estabelecidos pela organização, incluindo proteção contra formas graves da Covid. Pedem, em particular, que as vacinas “se baseiem em cepas (…) próximas das variantes em circulação”.

 

Os especialistas também consideram importante que “os fabricantes de vacinas tomem medidas de curto prazo para desenvolver e testar imunizantes contra variantes dominantes e compartilhar esses dados” com a OMS.  A organização quer acabar com a pandemia este ano. Para isso, todos os países precisariam vacinar 70% de sua população até meados de 2022.

 

 

Mas esse objetivo ainda está longe de ser alcançado. Globalmente, mais de 8 bilhões de doses de vacinas anti-Covid foram administradas em pelo menos 219 países ou territórios.

FolhaPress

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