Um professor falou em “fuzilar” alunos do 4º ano do ensino fundamental de uma escola particular de Anápolis, a 55 km de Goiânia, durante uma aula online (assista vídeo acima). Na gravação, ele estaria fazendo uma brincadeira, mas alguns estudantes e pais demonstraram incômodo com a situação. O profissional foi demitido e o caso está sendo apurado pela Polícia Civil.
O G1 e a TV Anhanguera não conseguiram localizar o professor para pedir uma posição sobre o caso. Segundo a nota divulgada pela escola Villa Galileu, o educador nunca representou “qualquer risco à comunidade escolar”, que ele se desculpou pelo comportamento em vídeo e que foi demitido (leia íntegra ao fim do texto).
A reportagem solicitou, mas não teve acesso a essa gravação em que o professor teria se redimido. O G1 também pediu à escola que compartilhasse com o educador o contato da redação para que ele enviasse uma posição, caso queira.
No vídeo que mostra o trecho da aula em que o professor fala sobre o fuzilamento é possível ouvir:
“Eu peço para acompanhar a leitura, eu acabo de ler e vocês não sabem onde que é para sublinhar? O que eu faço com o 4º ano B? Trago uma metralhadora e fuzilo vocês tudo? Fazer uma chacina no Villa Galileu. Professor maluco... [não é possível entender com clareza o restante da frase]. A ‘chatura’ é tanta que nem morrer não morre”, disse.
Nas redes sociais, o assunto se tornou polêmico e dividiu os internautas. Algumas pessoas defenderam que o professor estava claramente brincando, enquanto outras afirmaram que o desabafo foi infeliz e não deveria ser feito para crianças.
Investigação
O delegado regional Vander Coelho explicou que o caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil por meio das redes sociais e de contato da escola. Segundo ele, a situação deve ser apurada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
“Representantes da escola vão fazer registro da ocorrência, vão levar o vídeo da aula em questão, o professor que gravava essa aula será ouvido. De posse dessas informações, a delega terá um panorama mais claro para tomar qualquer decisão a respeito da consequência jurídica desse fato”, explicou.
A delegada que deve ficar responsável pelo caso, Kênia Segantini, explicou que a investigação está em andamento, mas que, preliminarmente, a situação pode configurar crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento”.
NOTA VILLA GALILEU
Em relação ao fato ocorrido e apresentado no vídeo circulante, a Direção do Villa Galileu solidariza-se com as famílias que sentiram-se, com razão, incomodadas e preocupadas com a atitude e teor da fala do professor em questão.
Após ouvir a defesa do professor, de comum acordo, o mesmo foi desligado do quadro docente, após deixar em vídeo, a admissão que sua fala foi profundamente reprovável e inconveniente e pedido de desculpas aos alunos, pais e colegas.
A escola convocou e realizou uma reunião ainda ontem às 19:30h, com os pais da turma em questão, para discussão do episódio e medidas a serem adotadas.
É oportuno informar que o professor pertenceu aos quadros do Colégio Galileu por 4 anos (fevereiro 2014 a fevereiro 2018) antes de transferir-se para o Villa Galileu desde sua criação em 2018, não apresentando em nenhum outro momento, atos ou atitudes que sugerissem ou representassem qualquer risco à comunidade escolar.
Por Vanessa Martins e Elisângela Nogueira, G1 GO e TV Anhanguera