O Brasil ainda precisa aplicar 196 milhões de doses de vacinas para alcançar a imunização completa de toda a sua população adulta —ou 160 milhões de pessoas com mais de 18 anos.
MARCHA LENTA
Caso o ritmo atual se mantenha, o país alcançará a meta de imunizar 90% de seus 160 milhões de adultos, desejável para alcançar com segurança a imunidade coletiva, apenas no primeiro trimestre de 2022.
MARCHA 2
A conclusão é de um estudo feito por cientistas da USP, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com base em dados oficiais do Ministério da Saúde.
MARCHA 3
“A velocidade da vacinação obtida até agora, apesar de mais acelerada nas últimas semanas, ainda é inadequada ao cenário epidemiológico do país”, escrevem os cientistas.
AINDA FALTA
Do total, 70 milhões de pessoas ainda não receberam nem sequer uma dose de vacina (44% do público alvo) e para elas precisam ser reservadas 140 milhões de doses. Outras 56 milhões (35% do total) já receberam a primeira dose e aguardam a segunda aplicação. Apenas 34 milhões (ou 21%) estão completamente imunizados.
PRESSA
O anúncio de novas metas por alguns governos, como a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos ainda neste ano e uma terceira dose para idosos, exigiria uma oferta muito maior de vacinas, ou cerca de 80 milhões a mais do que as até agora previstas pelo Ministério da Saúde para os próximos meses.
VAI FALTAR
“Pode-se observar que a previsão de doses para julho e agosto (cerca de 100,9 milhões) é incompatível com metas de cobertura vacinal de adolescentes e terceira dose para idosos anunciadas para o início do segundo semestre de 2021”, seguem os cientistas em sua análise.
CESTA
O Ministério da Saúde tem divulgado números grandiosos de entrega de vacinas para os meses de setembro a dezembro (363,6 milhões de doses), o que poderia ajudar na aceleração.
MUITA CALMA
Mas os cientistas ponderam: “Por enquanto, as remessas têm sido constantemente reajustadas com menos quantidade do que as anteriormente anunciadas”.
CALMA 2
“O estado de São Paulo e um consórcio de governos estaduais passaram a anunciar compras descentralizadas de vacinas, adicionais às entregues pelo Ministério da Saúde, mas ainda não há dados disponíveis sobre cronograma e quantidades”, completam os pesquisadores.
ASSINATURA
O boletim é assinado pelos professores Guilherme Loureiro Werneck, Ligia Bahia e Jéssica Pronestino de Lima Moreira, da UFRJ e da UERJ, e Mário Scheffer, da USP.