O presidente da república, Jair Bolsonaro, voltou a afirmar que não pretende decretar lockdown nacional ou regional, como querem alguns governadores. Ele reafirmou o aumento das restrições apenas “torna os pobres mais pobres”, defendeu a necessidade de buscar uma forma de melhor atender à população e reclamou que parece que a Covid-19 só mata no Brasil. “Se ficar em lockdown 30 dias e acabar com o vírus, eu topo [a medida]. Mas sabemos que não vai acabar. Pesquisas sérias dos Estados Unidos mostram que a maior parte da população contrai o vírus em casa. Eu devo mudar o meu discurso?”, questionou, perguntando também se o objetivo é fazer com que ele seja mais maleável e ceda aos argumentos do “fique em casa”.
Nesta segunda-feira, 22, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, foi escolhido como relator da ação de Jair Bolsonaro, que questiona decisões tomadas pelos governadores da Bahia, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal para tentar conter a pandemia. O presidente defende que várias medidas só seriam possíveis se estivesse o sinal verde do Legislativo e muitas seriam exclusivas da Presidência da República. Marco Aurélio foi escolhido uma vez que ele foi responsável pela ação do PDT, no ano passado, que pedia ao Supremo que fosse reconhecido o papel dos governadores locais na tomada de decisões para conter a transmissão do coronavírus.
Em pé de guerra com governadores, Bolsonaro contou que esteve no sábado, 20, em uma comunicada perto de Brasília. Ele disse que ouviu muitas histórias de pessoas que perderam tudo pelas medidas de isolamento social. “Se me convencer do contrário, faço. Mas não me convenceram ainda. Devemos lutar é contra o vírus e não contra o presidente. Vamos destruir o vírus e não atacar o governo. Não pode essa questão continuar sendo politizada em nosso Brasil”, disse. O presidente lembrou que o país é a quinta nação que mais vacina contra a Covid-19 no mundo, disse acreditar que, em breve, o Brasil será um produtor dos imunizantes e fará a exportação dos compostos. Segundo ele, a Fiocruz terá condições de fabricar 5 milhões de doses por semana e, se for necessário, disse que vai propor ao Ministério da Defesa que os militares ajudem na vacinação da população.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin