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MPF solicita abertura de investigação a desembargadores no caso do Padre Robson
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Publicado em 23/02/2021

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a abertura de investigação para apurar acusações contra desembargadores no caso do Padre Robson. O objetivo é apurar denúncias reveladas pelo Fantástico de que o sacerdote teria subornado desembargadores por uma decisão favorável a ele em uma ação envolvendo a compra de uma fazenda por uma das Associações Filho do Pai Eterno (Afipe). O caso foi solicitado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que este é o foro que julga desembargadores.

 

No pedido do MPF, feito pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, ela afirma que os indícios da prática do crime de corrupção passiva justificam a instauração de um inquérito “para que seja identificado com precisão o processo em relação ao qual teria sido supostamente paga a propina e os desembargadores que supostamente teriam recebido os valores indevidos”.

 

Padre Robson era investigado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica. Os crimes teriam sido cometidos por meio Afipes, que rebem dinheiro de doações de todo o país. De acordo com as investigações, as associações teriam movimentado cerca de R$ 2 bilhões em dois anos.

 

 

Os indícios dos crimes teriam sido descobertos em mensagens de áudio e de texto trocadas pelo padre, que teve documentos, computadores e celulares apreendidos na Operação Vendilhões, deflagrada em agosto do ano passado. O material mostra que Robson tinha a ajuda de policiais e desembargadores com base em propinas e troca de favores.

 

Delegada de Trindade afastada

Uma das pessoas envolvidas no esquema seria a delegada de Trindade, Renata Vieira. Ela foi afasta pela Polícia Civil (PC) na última sexta-feira (19). Áudios e mensagens reveladas pelo Fantástico mostram conversas em que a investigadora supostamente beneficia o religioso na apuração em que o ex-reitor do Santuário Basílica Divino Pai Eterno figurava como vítima de extorsão. Delegada nega e diz que sempre atuou “observando rigorosamente a lei”.

 

Em nota, a corporação informou que, logo após tomar conhecimento da reportagem jornalística, a Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Civil instaurou procedimento para apurar as supostas irregularidades. Segundo o texto, a corporação decidiu afastar a Renata Vieira da titularidade da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) e de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) , “visando a transparência e regularidade das apurações”.

Artur Dias
Do Mais Goiás
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