“Tira casaco, coloca casaco”. Quem assistiu à refilmagem de Karatê Kid já deve ter comparado esta fala do filme com o momento de incerteza que os empresários de Goiânia vivem em função do imbróglio judicial que envolve a reabertura do comércio na Capital. No último domingo, o juiz plantonista Claudiney Alves acolheu o pedido do Ministério Público de Goiás (MP) e suspendeu a autorização do prefeito Iris Rezende (MDB) para o comércio reabrir na segunda; mas, ainda na segunda, o desembargador Luiz Eduardo de Souza derrubou a liminar. O MP já avisou que recorrerá.
Nessa “queda de braço”, a insegurança jurídica preocupa, principalmente, aqueles que sequer abriram ainda. Vale destacar que, nesta terça-feira (23), foram liberados para funcionar shopping centers, galerias comerciais e consultórios e escritórios de profissionais liberais em Goiânia – era para ter sido na segunda. No dia 30, será a vez dos comerciantes da região da 44. O presidente Associação Empresarial Região da 44 (AER44), Jairo Gomes, diz não entender a confusão do Judiciário, visto que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu a autonomia para o município resolver.
“Então, o judiciário [quando acolhe a demanda do MP] vai na contramão do decidido pelo STF”, afirma. Na opinião de Jairo, até existe possibilidade de um novo fechamento de lojas, mas ele acredita que o decreto deve ser mantido e as lojas vão continuar abertas – com a região da 44 sendo liberada para o público no próximo dia 30, como previsto.
“Está tudo pronto para abrir. Internamente, já estava. Externamente foi feita a limpeza das ruas no último fim de semana e agora só falta a pintura dos meios-fios.” Segundo ele, a secretaria municipal de Obras irá fazer o recapeamento e a associação vai pintar e demarcar. “Temos até segunda-feira para isso”, diz ele ao avaliar que tem tempo de sobra. No momento da entrevista, vale destacar, ele seguia para uma reunião na prefeitura para tratar da operacionalização da região.
Segurança
Jairo também foi questionado sobre a segurança no local para evitar a disseminação do novo coronavírus. Ele afirma que muitos “pintam a região” como local de mais gente, na cidade. “É claro que tem muita gente, pois é um mercado de compras. Porém, não terá turismo de compras. Ou seja, quando limita isso, estamos falando de uma redução de 70% do fluxo”, revela sobre a proibição das caravanas de outros locais.
“As ruas serão fechadas até a marginal. Só vai ter trânsito na 44 e na avenida do Contorno, mas sem estacionamento. Isso facilita o ir e vir das pessoas”, relatou o presidente da AER44.
Ou seja, o funcionamento se dará com um protocolo específico, com base em um ofício entregue no dia 19 de maio. Entre as 24 medidas estão: restrição de horários, controle de acesso de carros, proibição de estacionamento, restringir a vinda de todas as caravanas, lavar e desinfetar ruas, calçadas e empreendimentos, e mais.
Francisco Costa
Do Mais Goiás | Em: 23/06/2020 às 17:08:42