No dia 23 de junho de 1998, o Brasil perdia um dos maiores ídolos da música sertaneja. Vítima de um tipo raro câncer de pulmão, o cantor Leandro, que fazia dupla com o irmão Leonardo, morreu aos 36 anos de idade, mas até hoje carrega uma legião de fãs por todo país.
Luiz José da Costa, como foi batizado, nasceu em 15 de agosto de 1961 em Goianápolis, município a 39 quilômetros de Goiânia. Ele e Emival Eterno da Costa, nome verdadeiro de Leonardo, tinham a dupla Chitãozinho e Xororó como ídolos e sempre receberam o incentivo do pai, o lavrador Avelino Virgulino da Costa, para seguirem carreira na música.
Leandro alcançou o sucesso com o irmão cantando músicas como Pense em Mim, Rumo a Goiânia, Mexe Mexe, Talismã, Eu Juro e claro, Não Aprendi Dizer Adeus, que é sempre cantada como uma homenagem ao cantor.
A dupla gravou 11 discos, sendo que o lançamento do 12º trabalho estava marcado para o dia 15 de julho de 1998. Até a morte de Leandro, os sertanejos venderam mais mais de 15 milhões de álbuns.
Doença e morte
Após uma radiografia realizada em abril de 1998, foi observada uma mancha sobre o pulmão direito de Leandro. No dia 8 de maio, médicos no hospital da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos, afirmaram que a mancha era um tumormaligno que se desenvolveu no tórax do cantor.
Leandro sofria de um raro tipo de câncer de pulmão, conhecido por tumor de Askin.
No dia 8 de junho, o goiano fez a última aparição pública. Na varanda do apartamento, já careca por causa dos efeitos da quimioterapia, ele acenou para os fãs enrolado em uma bandeira verde e amarela para torcer pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo daquele ano.
No dia 15 de junho, Leandro sofreu uma parada cardiorrespiratória e foi levado para a UTI do Hospital São Luiz, em São Paulo, onde permaneceu sedado e respirando com a ajuda de aparelhos.
Por volta das 2h da manhã do dia 23 de junho de 1998 o anúncio da morte foi feito pelo hospital.
Leandro foi velado Assembleia Legislativa de São Paulo. O caixão foi aberto por determinação da própria família. A bandeira do Brasil e um chapéu de vaqueiro foram os últimos companheiros do cantor.
Cerca de 35 mil pessoas passaram pelo local. Uma fila, coordenada por policiais militares, foi a única possibilidade dos fãs verem pela última vez o ídolo sertanejo.
Em Goiânia, onde foi sepultado, o corpo de Leandro foi levado ao Cemitério Parque Jardim das Palmeiras, acompanhado por um cortejo de cerca de 150 mil pessoas.
Multidão comparece para dar último adeus ao cantor Leandro, em São Paulo (Foto: Paulo Lima / Estadão)
Leonardo no velório do irmão, Leandro (Foto: Edu Garcia / Estadão)
Na época, o Jornal Nacional levou ao ar uma matéria com cerca de 20 minutos sobre a morte do cantor.
Homenagens
A médica Lyandra Costa, filha de Leandro, relembrou o pai no dia em que se completa 22 anos de sua morte. Ela fez uma postagem no Instagram falando da saudade do cantor.
“22 anos sem você… o que ficou são as fotos, algumas roupas suas e com certeza o amor imortal que existe entre nós!! Saber que um dia nos encontraremos é reconfortante e traz paz ao meu coração”, escreveu Lyandra.
A empresária Mariana Costa, irmã do sertanejo, também usou as redes sociais para homenageá-lo. Ela compartilhou um foto ao lado do irmão e fez uma declaração.
“A palavra de hoje é gratidão! Gratidão por todo amor que recebi de você enquanto esteve conosco! Gratidão por tantos ensinamentos na minha fase de juventude. Gratidão pela confiança que depositava nessa irmã que era tão nova. Gratidão por tantos momentos que fez questão da minha presença”, escreveu.