Nesta segunda-feira, o advogado que representa a família de George Floyd, homem negro assassinado por um policial branco em Minneapolis, nos EUA, afirmou que uma autópsia independente concluiu que a morte foi causada por asfixia e perda de fluxo sanguíneo no cérebro. No último dia 25, Floyd foi rendido por quatro policiais, acusado de ter tentado passar uma cédula de US$ 20 falsa para comprar um cigarro. Depois de ser mantido imobilizado por quase nove minutos pelo policial Derek Chauvin, que pressionou seu pescoço com o joelho, e avisar que não conseguia respirar, o segurança de boate faleceu.
A autópsia independente contradiz em parte o laudo divulgado pelas autoridades de Minneapolis. Os primeiros resultados divulgados não revelam sinais de asfixia ou estrangulamento, mas sim que Floyd sofria de uma doença arterial e de hipertensão, o que, unidas à imobilização agressiva imposta por Chauvin, “pode ter levado a sua morte”.
Demitido ao lado dos outros três policiais que participaram da ação no dia seguinte à morte, Derek Chauvin foi preso na sexta-feira e acusado de assassinato em terceiro grau, o que ocorre, de acordo com as leis do estado de Minnesota, quando um indivíduo não tem a intenção de matar, mas age com grande indiferença à vida humana, o que pode culminar na morte do outro. O crime é passível de até 25 anos de prisão. Em 99% dos assassinatos com envolvimento da polícia entre 2013 e 2019, no entanto, os agentes responsáveis não foram sequer criminalmente acusados.
A morte de George Floyd gerou uma série de protestos, primeiro em Minneapolis, depois em dezenas de cidades americanas. Já são sete dias de manifestações, algumas violentas, com confrontos entre manifestantes e policiais. O caso também repercutiu fora dos EUA. A Organização das Nações Unidas pediu para que o caso seja devidamente investigado.
Do Agência O Globo | Em: 01/06/2020 às 18:09:59