Na madrugada desta terça-feira (19), Glória Maria concedeu a primeira entrevista após se curar de um tumor no cérebro. Durante uma vídeo chamada no programa Conversa com Bial, a jornalista falou sobre a forma como o presidente Jair Bolsonaro trata os repórteres e agradeceu a Deus por não cobrir mais política.

“Cala a boca? As coisas que eu ouço agora para mim são impensáveis. Dizer que o brasileiro está protegido porque ele se lava no esgoto. Para mim, é além de qualquer imaginação”, afirmou Glória Maria.

A jornalista continuou. “Tem coisas que acho que eu não estou vivendo para ver e ouvir isso. Política eu sempre aprendi que é um nível tão alto e o que estou vendo agora é de uma tristeza. Graças a Deus não cubro política, porque acho que eu já teria apanhado ou batido”, acrescentou Glória.

Glória.

Pedro Bial e Glória continuaram o papo sobre política. A global relembrou casos em que foi vítima de racismo, durante o governo de João Figueiredo, o último presidente do período da ditadura militar.

“A discriminação continua igual. As pessoas acham que hoje é pior. Não. Quem não gosta de preto, não gosta. Quem é racista é racista. Não adianta a Glória Maria apresentar o Jornal Nacional, o Globo Repórter, o Fantástico. Ela é negra? Então, tem que ser discriminada ou diminuída”, declarou.

A jornalista disse ainda que as pessoas sempre procuram uma justificativa para pessoas negras ocuparem um cargo de importância na televisão.

“Nunca é porque você tem talento ou porque você tem valor. Você vai aprendendo como é o olhar das pessoas sobre você. E como você nasce negro – e eu não sou mulatinha, eu sou negra mesmo, eu sou preta – você aprende a reconhecer isso a 30 quilômetros de distância, você sabe onde está o racista”, disse Glória.

Confira a participação completa de Glória Maria no ‘Conversa com Bial’: