Morreu, na manhã deste sábado (9/5), o cantor Carlos José, vitima de Covid-19 aos 85 anos. Paulista, o artista iniciou a carreira como seresteiro, com temas românticos, como “Esmeralda”, que fizeram sucesso nos anos 1960.
Colega de nomes como Dolores Duran, Silvia Telles e Tito Madi, o cantor gostava de ser chamado de “o último seresteiro”. Apesar de ter sido formado em Direito, nunca exerceu a profissão de advogado, já que a música se impôs desde sempre na vida.
A carreira artística começou na década de 1950, quando ganhou o prêmio Revelação por seu primeiro disco, com gravações de sambas-canção como “Ouça”, de Maysa, e “Foi a noite”, de Tom Jobim e Newton Mendonça.
Gravou dezenas de discos, incluindo uma série de seis LPs batizada de “Uma noite de seresta”, uma joia que compilava as canções mais importantes do gênero.
Recentemente, o cantor havia voltado aos estúdios após um longo período afastado do meio musical. Em 2014, gravou o disco “Musa das canções”, com o irmão Luiz Cláudio Ramos, violonista e arranjador.
A obra reúne regravações de todos os maiores sucessos da carreira do intérprete e compositor, como “Doralice” e “Marina” (ambas de Dorival Caymmi), “Celina” (do próprio Carlos José) e “Maria” (de Ary Barroso e Luis Peixoto).
O CD contou com a participação de Chico Buarque (na faixa “Odete”, letra de Herivelto Martis e Valdemar de Abreu, mais conhecido pelo apelido Dunga) e Jerry Adriani (em “Laura”, de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho).
Carlos José estava internado no Hospital São Francisco na Providência de Deus, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, com problemas respiratórios decorrentes da doença. A mulher do artista, Vera Goulart, luta contra a mesma doença, e segue internada em outro hospital na capital fluminense. Ele deixa dois filhos.
Agência O Globo
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Do Agência O Globo | Em: 09/05/2020 às 17:32:20