“Já era esperado”, afirma Delegado Waldir (PSL) sobre o pedido de demissão do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Segundo o deputado federal, o presidente fez uma escolha pelos filhos e a favor da corrupção. “Família trambiqueira, com rachadinhas, emprego fantasma e milícia virtual, que vai chegar no Carlos e no Eduardo (os Bolsonaro)”.
Para o congressista, o ministério de Moro, agora, deve ser fragmentado em dois: Justiça e Segurança. Um dos cotados, ele pensa, é Anderson Gustavo Torres, titular da secretaria de Segurança do Distrito Federal. O outro nome seria o de Alberto Fraga.
De volta a Moro, para o deputado o ex-juiz traz consigo requisitos de ética e moral. “Se ele quiser disputar a presidência, será o meu candidato. É sem dúvida o principal nome.”
Sobre a saída, Waldir afirma que esta já era clara, desde o ano passado, “quando o presidente gastou mais de R$ 40 milhões para aprovar a reforma da Previdência e nem um centavo com o pacote anticrime”, de Moro. “Agora, ele se ajoelha ao centrão, depois de trair aqueles que acreditaram e confiaram nele.”
Ao falar da imagem do presidente, ele afirma que o mesmo já tem sido atacado nas redes sociais. “O sentimento do povo é de decepção”, declara.
Impedimento
Na ocasião, delegado Waldir também afirmou que, caso as falas de Sergio Moro em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (24) forem comprovadas – acerca de retirar a autonomia da Polícia Federal com indicados políticos –, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), vai autorizar a abertura de uma CPMI e acatar a um dos pedidos de impeachment. “Além disso, combinando com os ataques do gabinete do ódio do presidente contra o STF e o Congresso.”
Já Magda Mofatto (PL), amiga do presidente desde os tempos de Câmara afirma que não existe motivo para o impeachment. “O risco e motivo não existem. Aliás, a tentativa da esquerda sempre existiu. Mas motivo não. Se fizerem o pedido, vão tentar inventar”, alegou a parlamentar que ainda acredita em Bolsonaro.
Ela, que viu a saída de Moro como precipitada, afirma que não só a crise do novo coronavírus, mas principalmente a econômica, está afetando a todos. “Deixando uma aflição generalizada no Executivo Federal e na Câmara e, com isso, afeta o comportamento também. Então, essa saída, com certeza, vai desestabilizar o presidente, pois o ministro Moro era um dos alicerces dele.” Magda prevê, também, que a bolsa vai cair e o dólar subir ainda mais. “E a economia vai ficar mais afetada. A economia indo mal, o governo vai mal.”
Apesar de não crer no impedimento, Magda cita foi cassada, porque a economia foi mal, bem como o desemprego. “Então, vejo a situação com muita preocupação. E o presidente também. Ele toma a iniciativa de se aproximar mais de centrão para ter sustentação no governo. Ele está se sentindo fragilizado, cedendo espaço para partidos no governo, coisa que nunca fez.”
Acusação
Perguntada sobre as acusações de Moro, de que Bolsonaro queria tirar a autonomia da Polícia Federal, politizando o órgão, ela diz que é grave. “Acho que o presidente terá que fazer um pronunciamento para falar o que está havendo. Mas ele tem boa intenção. Ele nunca foi um homem de má-fé. Quer sempre ajudar e fazer o bem. Esse é o motivo porque acredito nele. Ele quer acertar”, defende.
Sem comentar se essa possível ação na PF teria relação com os filhos do presidente, ela admite que há muita interferência por parte do trio (Carlos, Eduardo e Flávio). Para ela, Bolsonaro até poderia ouvir os três em particular, mas nunca deixar vir a público. “Os filhos intrometem, achando que participaram diretamente da campanha, mas deveriam ter entendimento.”
Francisco Costa
Do Mais Goiás | Em: 24/04/2020 às 16:17:26
